Chegada em Montréal

domingo, 13 de dezembro de 2009

Coisas que encontramos na rua

Uma prática muito comum por aqui, e muito estranha para nós, é o fato das pessoas colocarem na calçada o que não querem mais.

Efetivamente, as maneiras mais comuns de alguém se "descartar" de algum objeto que não quer mais são:
- fazer uma venda de garagem ou anunciar no Kijiji, Craigslist, etc.
- doar para um conhecido
- colocar na calçada para alguém levar
- doar para a Renaissance, Armée du Salut (exército da salvação), Village des Valeurs ou Eco-Quartier

A prática de colocar na calçada é tão comum que, durante a primavera, verão e outono encontramos muitas coisas quando estamos andando pelas ruas. Algumas pessoas costumam embalar em plástico as coisas que molham, colocar eletrônicos nas caixas originais, etc. Outros apenas colocam na calçada do jeito que estava mesmo, mas é comum que, em tratando-se de algo elétrico que não funcione mais, o fio seja cortado.

O momento em que normalmente as coisas são colocadas na rua é na noite anterior a passagem do caminhão da reciclagem. O que não for levado por ninguém irá para a reciclagem no dia seguinte.

Mas, quando falo em coisas que são deixadas na rua o primeiro pensamento que vem a mente é de coisas velhas e quebradas. Ledo engano...

Abaixo coloco algumas coisas que encontramos na rua:
o forninho e o microondas

o cesto de vime

a cadeira de balanço

a cafeteira (que uso para fazer chá hehehe)

baú

uma estante

a cômoda

um pequeno móvel

o aparelho de ginástica (remo) e o tapete no chão

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Começando a conquistar nosso lugar ao sol

Há alguns dias Allan ganhou uma pequena estante da Juliana, ela estava conversando comigo e contei que Allan gostava muito de ler e que tinha aberto mão de quase toda sua bagagem só para poder trazer livros que faziam parte de coleções, como Harry Potter, Arqueiro, Senhor dos Anéis, etc (toda a bagagem dele veio em uma mala de mão) e mostrei os livros que trouxe (quase 40 quilos de livro), que ainda estavam dentro de uma caixa. Ela foi embora e depois de um tempo voltou trazendo a escrivaninha para ele, ele ficou bastante feliz vendo seus livros arrumados. A estante já está bem usada, mas arrumamos ela direitinho e ficou legal no quarto, eu a pintei de branco para combinar com a cama.

A cama nós compramos em uma venda de garagem (sabe as coisas que vendi antes de viajar? É mais ou menos assim como fiz, a pessoa vai se mudar e vende o que tem em casa, coloca alguns avisos pelo bairro e no dia abre a casa para que as pessoas possam olhar e comprar o que desejam, as coisas pequenas são colocadas na calçada, no quintal ou na garagem para facilitar o acesso).


É verdade que nem tudo aqui é um mar de rosas, mas se estivermos preparados para o que temos pela frente as coisas ficam bem mais fáceis. A melhor coisa é sempre agir com honestidade e ajudar quando puder, porque nossas ações sempre tem retorno, sejam elas boas ou más. As vezes não é a mesma pessoa que retorna, mas ao longo do caminho a gente vai percebendo isso acontecer e aprende que semear amizades e plantar carinho pelo caminho é o melhor que fazemos, que bons pensamentos nos acompanham e fazem muito bem.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Começando no nosso apê

Terça-feira estávamos voltando para casa e vi uma caixa de microondas em frente a uma casa, voltei para olhar e tive uma surpresa: o microondas estava lá dentro, bonzinho (quando um aparelho não funciona as pessoas cortam o fio para avisar que está ruim). Levamos ele para casa, é claro. Nesse mesmo dia, a noite, fomos andar de patins com o Allan e muita gente tinha colocado coisas na rua, pois na manha seguinte iria passar o caminhão da reciclagem. Peguei algumas coisas que me interessavam: uma persiana grande, um forno elétrico pequeno (usamos para grelhar os pães, são bem melhores que sanduicheiras), uma tábua de passar roupa, um cesto de vime novinho (com forro de pano) e uma cadeira de ferro muito bonita (estava com o forro rasgado, mas comprei um tecido e fiz nova forração). Aqui no quartinho do prédio peguei um rádio relógio, um quadro de avisos que é metade branco e metade de cortiça (fiz um portaretratos com ele para colocar as fotos que o Allan ganhou nas despedidas) e algumas prateleiras para colocar no meu guardaroupa e otimizar o espaço. Lá ainda tem algumas coisas, mas não possuem uso para mim e por isso não as peguei (uma impressora multifuncional sem os cartuchos, uma cadeira para pegar sol no quintal que vira cama de campanha, uma cadeira para dar comida ao bebê, mais algumas prateleiras, um quadro escolar de criança brincar e algo que acho que é um apoio para cadeira de rodas).
Microondas e forninho que pegamos na rua
Hoje fomos comprar nosso computador e na volta resolvemos pegar o trem, para ver como era. Há uma estação em frente ao nosso apê e na verdade é o meio de transporte mais rápido para nós porque a nossa estação vai direto para a estação central, sem paradas; mas até então não tínhamos nos animado a andar de trem (qualquer pessoa que mora no Rio e já andou de trem sabe bem o motivo). Mas finalmente hoje criamos coragem e pegamos o trem da central para casa. Que surpresa!!! O trem é lindo, confortável, limpo, espaçoso, silencioso e climatizado. Só percebemos que o trem está andando porque vemos as paredes passando (da central até 100 metros da nossa estação ele é subterrâneo, só a partir da estação que passa a ser de superfície). Agora não queremos outra vida, sempre que possível optaremos pelo trem.

Detalhe que já descobrimos: podemos incluir o trem no nosso cartão de trasnporte e, se fizermos contrato com recarga automática pelo cartão de crédito durante um ano só pagaremos onze meses, o décimo segundo mês é gratuito.
Por dentro do trem

Na nossa estação


segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aluguel do nosso apartamento

Nossa primeira semana aqui foi muito corrida, nem vimos o tempo passar. Para tudo que precisamos resolver é necessário marcar uma reunião, mas fomos sempre muito bem atendidos em todos os lugares. Resolvemos todas as burocracias do governo logo no início. Uma coisa diferente para nós foi a questão do horário, porque aqui escurece muito tarde e as noites são muito mais claras que no Brasil (durante o verão, pois no inverno o sol se põe as 16h30). Isso faz com que percamos a noção da hora, as vezes achamos que é cedo e quando nos damos conta já é muito tarde. Todas as casas por aqui tem muitas janelas grandes, de vidro e sem grades, por isso as casas recebem muita claridade, então para nós tem sido muito bom, pois acordamos logo cedo sem nos sentirmos cansados e nem com vontade de continuar na cama, o sol nos dá muita disposição (pena que no inverno isso vai acabar).

E por falar na falta de grades nas janelas, ainda não vi uma casa sequer com muros, no máximo com uma cerca viva para delimitar a propriedade e todas tem muito vidro, se não tiver cortinas ou persianas podemos ver toda a casa hehehe. Ainda não vi nenhum lugar “feio”, existem os bairros lindos, bonitos e menos bonitos. Alguns bairros são considerados mais nobres, com muitas casas e prédios residenciais, mas todos são bonitos, possuem parques e muitas áreas verdes, toda a cidade é bem arborizada.

Quando chegamos aqui entramos em contato com as pessoas que conhecíamos dos encontros no Rio e elas nos deram algumas dicas bem úteis. As pessoas com quem tínhamos mais intimidade (Nieli/Tiago, Vivian/Alex e Clarisse/Pedro) estão morando em um bairro chamado Rosemont. Esse é um grande bairro, com bastante contraste, pois as áreas Norte e Sul não são boas (tem problemas de gangue), mas a região central é muito boa, especialmente a parte que fica em frente ao parque Maisonneuve (um parque enorme, onde ficam o Biodome, o Estádio Olímpico e o Jardim Botânico).

Nós gostamos muito do local e os amigos moram ali, então começamos a procurar um aluguel nessa área. Clarisse viu diversos locais e nos passou, mas não conseguimos alugar em nenhum, alguns descartamos porque não dava acesso a uma boa escola e outros porque não conseguimos mesmo. O prazo para a saída do apartamento que alugamos no início estava se esgotando e começamos a ficar preocupados com o fato de ainda não termos conseguido alugar em nenhum outro local. Clarisse nos passou, ainda quando estávamos no Brasil, um e-mail que foi passado para ela por uma outra colega avisando de um apartamento para alugar em Mont-Royal, que é um bairro distante de onde estávamos procurando, além de não ter metrô por perto, e por isso não demos atenção.

Como já estávamos muito preocupados, resolvemos olhar esse apartamento e Grey telefonou para marcar uma reunião, mas a ligação caiu na secretária eletrônica e como ele não lembrava o número do nosso telefone para deixar na mensagem, desligou. Mais tarde recebemos uma ligação e a pessoa falou que tinha visto uma ligação nossa e que apesar de não termos deixado nenhum contato resolveu retornar a ligação (ela ligou porque tinha identificador de chamadas, mas disse depois que ligou já sem esperanças, só por desencargo de consciência mesmo), então marcamos para ver o apartamento no dia seguinte pela manhã (estávamos no sábado e marcamos para o domingo). Nesse mesmo dia, a noite, fomos visitar uma colega que conhecemos pela net (Patrícia) e que nos deu muitas dicas de escola (aqui nós não escolhemos a escola, a pessoa estuda na escola do bairro em que mora, então escolhemos o bairro de acordo com a escola que queremos estudar, mas depois descobrimos que essa regra é só até o primário, pois para o secundário a pessoa pode morar em um bairro e estudar em outro), ela nos mostrou como ver a escola que seria designada através do código postal da rua (no Brasil fizemos um milhão de pesquisas porque não sabíamos que era tão simples, demos voltas imensas para descobrir as escolas de cada bairro hehehe) e nos falou de algo que não sabíamos ainda: dentro de Montreal existem outras “cidades”, que na verdade são bairros com subprefeituras (como a Barra, por exemplo), e essas cidades tem comissões escolares próprias, independentes de Montreal e que, por serem bem menores, seus recursos são ainda melhor empregados que em Montreal. Resumindo: são lugares mais bonitos, mais nobres, com melhores parques, ruas, casas mais bonitas, melhores escolas e, consequentemente, muito mais caros de se morar. Mas aí veio o “pulo do gato”: algumas ruas de Montreal, pela proximidade com esses locais, permitem o acesso as suas escolas e clubes, então precisávamos descobrir esses lugares e encontrar aluguel por lá, é claro. Ela nos deu a dica de um bairro (Outremont) e eu, Grey e Allan combinamos de ir dar uma volta nesse bairro no dia seguinte para olhar e procurar casa para alugar, depois era só voltarmos na casa da Patrícia para procurarmos as escolas através do computador.

Saímos de lá muito tarde e chegamos em casa já de madrugada, mas tínhamos que acordar cedo no dia seguinte porque marcamos de olhar o apartamento no domingo pela manhã. Na verdade só fomos porque já estava mesmo marcado, a menina foi muito simpática e combinou de nos pegar de carro no metrô e ficaria muito chato desmarcar, mas eu estava louca para desistir achando que não ia mesmo dar em nada... ainda bem que Grey não pensou em desistir também.

Chegamos na estação marcada (Namur - que eu achei bem longe, pois estava na Berri-Uqam) e fomos de carro para o tal bairro. Pois bem, quando vimos o local nem precisamos falar um com o outro, dava para ver nos olhos as expressões de “é aqui que eu quero morar”. Eu me via passeando pelas ruas do bairro, andando de bicicleta... e, pela primeira vez desde que tínhamos chegado, vi o Allan feliz, fazendo planos, e isso para nós valia mais do que qualquer coisa. A menina que nos pegou e estava alugando é uma brasileira, do Piauí, chama-se Juliana e é super simpática. Ela e o marido nos receberam muito bem, nos sentimos como se nos conhecêssemos há um tempão, ficamos super a vontade. Eles tem um filho de 1 ano e quatro meses, lindo demais, tão simpático quanto os pais, e logo estávamos brincando com ele também. O prédio tem síndico no local, aquecimento incluso no aluguel (isso faz uma diferença enorme no inverno), lavadora e secadora. A cozinha já vem equipada com fogão, geladeira com freezer, exaustor e armários. Os quartos tem armários embutidos e por isso não é necessário comprar guarda-roupas, o quarto de casal possui uma sacada com vista para uma pequena rua nos fundos do prédio. Todas as janelas são de vidro duplo para evitar a entrada de ar frio no inverno e possuem também uma tela de correr para evitar a entrada de insetos, pois o bairro é muito arborizado e geralmente tem mosquitos a noite. Além disso o prédio é conhecido aqui em Montreal como “Copacabana Palace”, porque tinha 12 famílias de brasileiros morando (agora tem 13). O detalhe importante: sabe a história do bairro em Montreal perto de uma das “cidades” aqui dentro? Pois é, esse lugar é lindo assim porque fica em uma área nobre, que é Mont-Royal. Mas a rua desse prédio tem uma particularidade: metade dela pertence a Montreal e a outra metade a Mont-Royal, o prédio fica na parte de Montréal e por isso o aluguel é acessível, a placa com o limite dos municípios fica alguns metros depois. Como a rua faz parte das duas cidades os moradores podem usufruir de tudo que as duas oferecem, inclusive das escolas.
Fotos do bairro
Aí veio nosso receio, pois tudo estava perfeito demais. Explicamos que adoramos tudo, que gostaríamos imensamente de ficar com o apartamento, mas que primeiro tínhamos que pesquisar a escola e ela disse que tinha uma escola muito boa depois da esquina, há cerca de 5 minutos andando. Deixou que pesquisássemos do seu computador e vimos que a escola era realmente excelente, com uma boa média e programa internacional, mas não tínhamos encontrado essa escola nas nossas pesquisas no Brasil porque ela faz parte da comissão escolar de Mont-Royal, e não de Montréal, que era a que estávamos pesquisando. Alem disso, a escola também oferece a classe de acolhida (classe d'accueil) para filhos de imigrantes, que é uma classe onde eles aprendem termos específicos em francês (como termos de matemática, por exemplo) e também aprendem a gramática da língua, para depois frequentarem a turma regular.

Esse casal estava querendo passar o contrato de aluguel porque vagou um apartamento no fim do mesmo corredor (mas de frente para a rua) e eles queriam se mudar para lá. O apartamento estava alugado para um argentino que resolveu se mudar para outro prédio, mas como seu contrato ainda estava em vigor ele tinha que continuar pagando o aluguel, mesmo não morando mais lá. Se o casal alugasse o apartamento o aluguel dele cessaria, só que para isso tinham primeiro que alugar o apartamento em que moravam, senão iriam pagar três meses de aluguel como multa. Na semana seguinte o argentino iria anunciar o apartamento e eles não queriam perder a oportunidade de pegar primeiro. Explicamos que precisávamos fazer nossa mudança antes do fim do mês, pois nosso contrato venceria dia 31/08/09 e Juliana combinou tudo com o síndico. Mesmo assim não demos resposta na hora, com medo de nos precipitarmos, pois medíamos a distância de tudo por Rosemont, que é o bairro onde moram nossos amigos, e esse Mont-Royal é distante de lá. Também não passa metrô e ficamos com medo do transporte não ser bom, nisso a Juliana disse que não podia dar opinião porque tem carro e não utiliza o transporte público, que seria melhor conversarmos com outras pessoas do prédio. Depois queria nos deixar no metrô novamente para voltarmos para casa, mas achamos melhor voltar de ônibus e sentir um pouco como era o trajeto, então ela nos levou para mostrar o centrinho comercial, o parque e a escola.

Voltamos de ônibus para casa e vimos que realmente o bairro não era distante, pois fica muito próximo ao centro. O interessante aqui em Montreal é que as coisas não são centralizadas, como acontece em todas as cidades que conheço. Ninguém vai ao Centro (da cidade) para resolver alguma coisa. As lojas, departamentos e tudo o mais são espalhados pela cidade, em todos os bairros. Os bairros perto do metrô possuem mais comércios, bares e lanchonetes, são mais movimentados. Quanto mais longe do metrô, mais residencial e, consequentemente, mais bonito e mais seguro. Ou seja, morar perto do metrô tem suas vantagens e desvantagens.

Na verdade, quando falo em segurança é impossível comparar com o Brasil, pois aqui nos sentimos seguros em todo lugar, mas mesmo assim não saímos por aí dando mole. No primeiro bairro que fiquei tinha todo tipo de comércio e também muitos pedintes nas ruas. Aqui não existem mendigos como estamos acostumados a ver no Brasil, existem “moradores de rua”, que são pessoas que optaram por morar na rua (muitos até vem de família com dinheiro). Essas pessoas passam o dia na rua mas recebem ajuda financeira do governo e a noite vão para um abrigo, só que é proibido entrar lá bêbado ou drogado, então se estiverem nesse estado terão que dormir na rua e a policia não dá mole, expulsa dos hospitais, das praças, dos metrôs e de qualquer lugar público em que estejam tentando dormir. Eles não tem permissão de pedir dinheiro mas pedem assim mesmo, jurando que é apenas para tomar uma cerveja (a primeira vez que um falou isso a gente não acreditou no absurdo hehehe), se quisermos podemos dar o dinheiro, mas se negarmos eles não podem insistir e nem nos insultar, apenas saem e pronto. Apesar de não mexerem com ninguém, não gostaria de morar em um lugar com pedintes, pois ficaria preocupada com  Allan andando sozinho.

Em alguns bairros que passamos vimos paredes pichadas, geralmente em bairros mais humildes, por isso sabemos logo que nesses locais sempre há algum tipo de gangue ou desordeiros e evitamos andar por bairros assim durante a noite, “é melhor prevenir do que remediar”. A pichação nesses bairros não é grande como vemos no Brasil, é claro, mas existe sim e para mim isso é sinal de desordeiros por perto. Aqui não existem lugares “feios”, podemos classificar em lindos, bonitos e menos bonitos. Você só começa a achar um bairro “menos bonito” depois de ver outro mais bonito que ele. Fomos ver outro bairro, inclusive o sugerido pela Patrícia, olhar outros lugares, mas nenhum tinha em nós o efeito causado por Mont-Royal e todos pareciam sem graça. Decidimos que era lá que queríamos mesmo morar. Ligamos no domingo mesmo e falamos com Juliana, marcamos uma reunião com o síndico para o dia seguinte e levamos nossos documentos para análise.
Entrada do nosso prédio e a rua onde ele está localizado
Como não tínhamos conta em banco e nem histórico de crédito no país ele nos pediu três meses de aluguel adiantado, o que já esperávamos mesmo. Dois dias depois ligou avisando que fomos aceitos pela dona do prédio e podíamos ir lá para assinar o contrato. Claro que Juliana também ficou muito feliz, e o argentino idem. No sábado (30/08) nossos amigos Tiago e Alex nos ajudaram a fazer a mudança e tivemos uma surpresa quando chegamos ao apartamento: Juliana nos deu uma televisão e uma mesa de vidro lindíssima para coloca-la, algumas persianas para as janelas, três cadeiras de madeira para a cozinha (compramos a mesa de cozinha que eles tinham), duas lixeiras, uma pequena estante para a sala, duas cadeiras de ferro para a sacada. O argentino deixou no apartamento dele e a Juliana nos deu: uma cama box de casal, um sofá muito bonito e super confortável, duas mesas de cabeceira. Ganhamos quatro cadeiras de escritório giratórias dos moradores do prédio (nem sabemos quem deu, porque tudo foi entregue para Juliana e ela nos passou, demos duas para outro amigo e ficamos com duas). Juliana ainda nos emprestou um colchão de solteiro para o Allan não precisar dormir no colchão inflável. Ou seja, começamos muito bem, graças a ajuda desses novos amigos. De quebra, nesse prédio tem um quartinho onde os moradores colocam os objetos que não querem mais e quem tiver interesse é só pegar.
E foi assim que começamos

Aqui isso é muito comum de acontecer, quando a pessoa não quer mais alguma coisa ela simplesmente coloca na frente de casa para alguém levar (geralmente fazem isso no dia do recolhimento do lixo reciclável, porque se ninguém pegar, o caminhão recolhe), e quem tem interesse pega, quem não tem deixa para o próximo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Abertura de conta no banco

Depois que já tínhamos um endereço fixo pudemos abrir uma conta no banco, colocar internet e telefone em casa. Não compramos celulares para poder economizar um pouco mais. Optamos por abrir nossa conta no BMO Bank, onde nossos amigos também já haviam aberto uma conta. Marcamos um rendez-vous com o mesmo gerente que os havia atendido. O gerente foi muito simpático, também é um imigrante (acho que é de Israel). Ele nos deu bastante assistência e tirou nossas dúvidas, falou que se deixássemos $ 1500,00 bloqueados na conta não pagaríamos taxas e ele poderia solicitar dois cartões de crédito para começarmos a construir nosso histórico de crédito no país (mas depois de alguns meses eles desbloquearam esse valor). Tudo aqui funciona em torno desse histórico, há empresas especializadas nisso e para tudo seu histórico é consultado (para saber se a pessoa é confiável financeiramente). Como aqui não se vende nada a prestação, tudo gira em torno do cartão de crédito, geralmente as pessoas compram a vista no cartão e depois pagam apenas uma parte, porque aqui os juros são de 0,5% ao ano.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Viagem e chegada à Montréal

Quem nos levou até o aeroporto foi Carlos André, o Berré, amigo e chefe do Grey. Mas ele não pode ficar muito tempo e por isso não apareceu nas fotos da despedida do aeroporto.

Nossa viagem foi bem tranqüila. Parece bobagem, mas o fato dos amigos estarem no aeroporto nos deixou mais confiantes para viajar, pois fomos mais tranqüilos para o avião, apesar da saudade bater um pouco à porta avisando que estava chegando. Era um sentimento engraçado, porque ao mesmo tempo em que estávamos muito felizes, estávamos também ansiosos e tristes por deixar amigos e parentes.

Quanto a viagem, fomos pela American Airlines e o voo foi tranqüilo, apesar de não ser muito confortável (viajar de classe econômica é fogo). Não tivemos problema algum com as bagagens, todas chegaram em perfeito estado e todas embarcaram sem precisarmos pagar adicional. Essa história do tamanho é bobagem, o que conta mesmo é o peso. Nossas malas eram enormes, duas delas com o dobro do tamanho permitido, mas passaram sem problema algum. O berimbau foi amarrado em uma das caixas e também ninguém da empresa aérea implicou com isso, mas eu já tinha me informado antes e a AA avisou que eu poderia leva-lo assim, já a United Airlines disse que não permitia.

Obs.: a comida do avião estava muito boa, uma delícia!
Nossa "pequena" bagagem
Perdemos o vôo de conexão em Miami porque o funcionário que confere os passaportes e autoriza a entrada no país levou muito tempo para nos atender, então ao invés de pegarmos o vôo das 8:30, pegamos o das 12:30 e acabamos só chegando em Montreal a noite. Antes de fazermos a transferência de voo é necessário passar por lá e algumas vezes demora bastante, porque todos os voos saem no mesmo lugar e as filas ficam bem grandes. Pegamos um voo com duas horas de conexão, mas foi pouco tempo e quando o funcionário terminou de nos atender nosso voo já havia partido. De qualquer forma foi muito bom, pois no próximo voo sentamos os três juntos e nas primeiras cadeiras, também não pagamos nada para partirmos no próximo avião disponível.


Na chegada à Montreal fomos novamente para a fila de conferência de passaportes e autorização de entrada no país (antes foi nos EUA, agora no Canadá). Se achamos a outra fila grande, vocês não imaginam o tamanho dessa!!! Por incrível que pareça, foi mais rápido que nos EUA. Como chegamos direto em Montreal fomos logo para o escritório da imigração (MICC) e fizemos o primeiro contato. Um funcionário muito simpático nos atendeu e arrumou nossa documentação, assinando também o documento que tínhamos recebido do consulado (quando encerramos o processo federal recebemos um papel enorme do Consulado, em três vias. É um papel bem vagabundo, mas deve ser guardado com muito cuidado, porque é nossa “certidão de nascimento” aqui. O funcionário da imigração destaca uma das cópias e nos entrega, o restante fica com ele. Essa cópia nos acompanhará em todos os momentos, para tudo nos pedem esse papel, mesmo depois do NAS – nosso CPF aqui – ainda pedem ele). Depois nos encaminhou para outro departamento, onde já ficou marcado nosso “rendez-vous” no MICC para o dia seguinte (reunião muito comum aqui, para tudo tem rendez-vous, que é simplesmente uma reunião com hora marcada). Recebemos também três mapas de Montreal e algumas orientações e formulários para pedir a ajuda financeira para o Allan. Depois descobri que esses mapas que recebemos podem também ser pegos nos guichês dos metrôs e é gratuito.

Já na saída do aeroporto um funcionário da alfândega viu a verga do berimbau amarrada na caixa e nos parou para fiscalizar o que era “aquilo”. Grey explicou que era parte de um instrumento musical mas o cara não acreditou. Já foi logo cortando a fita adesiva que estava prendendo o berimbau para ver o que tinha dentro da caixa, mas eu fiz cara de mau e sinal para ele ir devagar porque ia estragar o berimbau (ele falava tudo em inglês e eu não falo inglês), aí perguntou se era meu e eu fiz sinal que sim, então ele se acalmou um pouco e esperou pacientemente que eu retirasse toda a fita com cuidado, abriu as duas caixas e quando viu as panelas perguntou se tinha comida dentro e eu disse que não, Grey explicou que a comida estava na outra bolsa e ele não pediu para olhar, se deu por satisfeito (no avião nos entregaram uma ficha para preencher e nessa ficha perguntam se estávamos levando comida e achamos melhor declarar que sim, apesar de ser apenas um quilo de arroz e um de feijão, para a primeira semana). Acho que ele foi com a nossa cara, porque quando passamos por outras pessoas, depois de liberados, vimos gente desesperada arrancando tudo de dentro das malas e jogando pelo chão mesmo.

Pegamos um táxi no aeroporto (o preço é tabelado em 38 dólares para qualquer lugar de Montreal) e aí já começamos a ver o nível de organização: as pessoas que chegam vão fazendo uma fila e tem um inspetor para organizar. Quando o inspetor viu nossas malas enormes mandou que encostássemos em um canto para dar prosseguimento a fila e chamou, pelo rádio, o maior carro que tinha. O taxista disse que nem no carro dele caberia tudo e que tínhamos que chamar dois táxis, mas Grey começou a arrumar e coube tudo em um só.

Depois disso fomos para a casa que alugamos para os primeiros 15 dias. É uma casa toda mobiliada e isso foi ótimo porque ajudou muito em nossa adaptação. Possui dois andares, com três quartos, TV a cabo e telefone, camas, armários, microondas, fogão, geladeira, máquina de lavar, ferro e tábua de passar... enfim, tudo que é necessário em uma casa. Essa casa fica em uma região central a 200m do metrô, dessa forma temos facilidade de nos movimentar pela cidade. O aluguel foi de C$ 700,00 por 15 dias, mas na verdade ela tinha cobrado C$ 850,00 e como nós negociamos caiu para C$ 700,00.

Fachada da casa que alugamos para os primeiros 15 dias

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Finalmente o grande dia!

Nossa viagem foi no dia 16/08/09 e nossa despedida final foi, é claro, no aeroporto. Vários amigos e família estavam lá, totalizando 23 pessoas. Como não temos fotos com todas as pessoas, pois algumas não quiseram tirar, vou escrever seus nomes, assim nunca esqueceremos quem estava conosco nesse dia:
Amigos do Allan: Gabriel, Rodrigo, Murilo, Gustavo, Juliana (com seus pais).
Amigos do Encontro Rio: Leonardo e a namorada, Harley e Fábio, Bruno, Luciana e Giulia, sua filha.
Família: Astor e Isabel, Edmo, Ana Célia
Amigos: Júlio e Márcia (pais do Murilo), Carlos André (Berré)/Alexandra (Nega) e Giulia. Foi Berré e Nega quem nos levaram ao aeroporto, mas não podiam ficar muito tempo porque Giulia ainda é pequenina, então ficaram um tempo e depois foram embora, antes das fotos.


Nesse dia Allan ganhou fotos de presente da Ju e do Murilo também. Colocoamos essas fotos em um quadro, em seu quarto.


sábado, 15 de agosto de 2009

Festa de despedida em casa

Ufa! Amanhã a essa hora já estaremos no avião!

Mas hoje fizemos um churrasco que contou com a colaboração de vários amigos, pois quase tudo que era nosso havia sido vendido ou estava embalado para a viagem do dia seguinte. O pai do Grey levou mesas e cadeiras, Bastos levou a churrasqueira (e também cuidou do churrasco), Maurício (Mau-Mau) levou o computador com as músicas e caixas de som, cada um levou algo para comer, usamos pratos, copos e talheres descartáveis. Nesse dia, mesmo estando com a bagagem já embalada, ainda ganhamos alguns presentes: brincos e blusa dados pela Mônica (viajarei com eles amanhã), um baralho dado por Ana Célia (minha sogra), um gloss labial dado pela Carla, esposa do Mau-Mau e um livro dado a Grey pela Cláudia, falando sobre amizade.


Obrigada, pessoal!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Breve explicação sobre os "filhos adotivos"

Quando Allan começou a estudar no Gonçalves Dias fez uma grande amizade com mais três outros garotos, todos filhos únicos como ele: Murilo, Gabriel e Arnold. Eles quatro eram muito unidos e faziam tudo juntos. Conforme foram crescendo, passaram a dormir uns nas casas dos outros todos os fins de semana e depois também durante as férias. A um tal ponto que os pais (eu inclusive) chegavam a se revesar nas férias e fins de semana para saber quem ia passear com eles, quem ia "hospedar" a galera.

E era tudo muito natural, nem cogitávamos da idéia de fazer algo sem os outros. No início, quando eles chegavam, já era certo que ficariam para dormir, todas as mães sabiam que viria aquele pedido: "posso ficar para dormir aqui?". Ou então quando Allan ia para a casa de algum deles eu sabia que logo depois ele telefonaria perguntando se poderia dormir lá. Depois de algum tempo ficaram todos sem-vergonha e ninguém nem perguntava mais nada, a gente já sabia que vinham para ficar mesmo, e se não viessem, já telefonávamos umas para as outras (as mães) querendo saber porque o filho não ia ficar para dormir. A tal ponto que uns tinham escovas de dente na casa dos outros, para o caso de esquecerem de colocar na mochila antes de sair de casa. Nós, sempre que íamos fazer um passeio, pensávamos em como fazer para levar todos os filhos e nem sempre tinha espaço para levar todos, então revesávamos. A bagunça era sempre garantida, mas também o respeito e a amizade que tinham perduram até hoje.

Da esquerda para a direita: Gabriel, Murilo, Allan e Arnold

Despedida de Allan com os amigos do CEFET

Assim como na despedida com o pessoal do Gonçalves Dias, hoje rolou muita bagunça, mas muita mesmo. A diferença é que havia também meninas. Allan vestiu a camisa do CEFET e os amigos assinaram e escreveram recados nela. Os "filhos adotivos" também estavam presentes nessa despedida.

Juliana esteve presente em todos os momentos. Ela e nossos "filhos adotivos" Arnold e Gabriel. Murilo também é um dos filhos adotivos, mas ele estava super sensível com a viagem e preferiu ficar em sua casa nessa última semana, apesar de ter ido a festa de despedida. Os outros literalmente acamparam lá em casa, dormindo em qualquer lugar que desse para encostar a cabeça, visto que não tínhamos mais nem as camas, passaram a semana toda conosco e disseram que ficarão até o momento da viagem, que irão daqui diretamente para o aeroporto.








quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Despedida na capoeira

Como não podia deixar de ser, fizemos também nossa despedida da capoeira. A despedida oficial foi hoje na roda de aniversário do Chumbinho, mas hoje não jogamos porque vamos viajar essa semana e ficamos com medo de ficar doloridos ou de ter algum incidente de última hora. Mas não tem problema, pois tivemos uma roda no sábado passado e jogamos muito. Estou toda dolorida ainda hehehe. Chumbinho nos deu uma roupa de capoeira novinha. Valeu, Chumbinho!

Seguem as fotinhas da capoeira (de sábado e de hoje):
Lume e Águia jogando

Lume (Grey), Chumbinho, Tangará (eu), Águia e Coral

Lume, Tangara, Coral, Chumbinho, Maria Bonita, Tartaruga, Maradona e Gustavo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Seguro viagem e "assurrance maladie"


No Québec o sistema de saúde é gratuito e se chama “assurrance maladie”. Mas ele é gratuito somente para pessoas que residem no Québec e há uma carência de três meses (contando da data de entrada no país) para começar a utilizar o sistema gratuitamente. O mais aconselhável é fazer um seguro antes de sair do Brasil, pois assim estaremos cobertos desde o dia da viagem.

A carência da "assurrance maladie" é de três meses, contando o mês que se chega ao Quebec e não o dia. Ou seja, se nós chegarmos dia 17/08/2009 temos direito a atendimento médico gratuito a partir do dia 01/11/2009. Até essa data devemos ter uma cobertura para o caso de algum acidente ou doença. Essa carência da "assurrance maladie" é nula nos seguintes casos: doença infectocontagiosa (como a gripe suína, por exemplo), gravidez ou agressão doméstica. Nestes casos a pessoa pode ser atendida no hospital sem pagar.

Existem diversos planos de seguro viagem internacional no mercado. Nós optamos pela GTA porque achamos o melhor custo/benefício. Fizemos o plano bronze que sai por R$ 108,00 individual para 90 dias (não precisaríamos dos 90 dias, mas de 63 a 90 dias é o mesmo valor). No plano familiar a pessoa principal paga esse valor e cada dependente paga 75% disso. (No nosso caso: 108,00 + 81,00 de cada dependente (2 dependentes)= R$ 270,00)http://www.seguroviagemgta.com.br/sitev2/planos/produtos_detalhes.asp?planoId=3837

sábado, 8 de agosto de 2009

Despedida dos amigos que fizemos na capoeira e que ultrapassaram os anos

Nossa despedida foi em uma pizzaria (eu admito: adoro pizza) com nossos amigos: Foca, Amanda (irmã do Águia), Águia e Nina. Águia e Nina nos deram um cristo redentor de vidro (símbolo do Rio de Janeiro) e levaremos ele para o canadá com muito carinho.

Amamos a noite que passamos juntos e a bagunça ao voltar para casa de ônibus com Foca. Vamos sentir muita falta de vocês, amigos.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Despedida de Allan com os amigos do Gonçalves Dias

Allan fará duas despedidas oficiais. Digo oficiais porque ele fez mais um monte em pizzarias com os amigos. Mas enfim, as oficiais serão em casa. Hoje foi a primeira, com os amigos do Gonçalves Dias, onde ele estudou o ensino fundamental.

Rolou muita, mas muita bagunça mesmo. Deixo abaixo as fotinhas para registrar o momento "bagunça".

A briga para ver quem pega mais batata frita

Momento video-game

Momento "pose para a foto"

Despedida dos amigos do Encontro-Rio

Nossa despedida foi em um restaurante e contamos com a presença dos nossos amigos do Encontro Rio, que também desejam imigrar. Ganhamos um chaveiro do Henrique e da Tatiana e eles nos disseram que quando alguém se muda nós devemos dar um chaveiro de presente para desejar sorte na nova casa. Nós o usaremos na chave do nosso apê, e esse chaveiro fará também parte da nossa história.


Bruno, Roberta e Jacson também estiveram na despedida, mas não estavam lá no momento da foto.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

E-cas e pedido de exames médicos

Acompanhamos todo nosso processo pelo e-cas, que é o site do governo onde nosso processo fica registrado. Quando o processo é aberto nosso nome é colocado no e-cas. A partir daí os documentos começam a ser avaliados. Quando passamos essa parte o nosso endereço será colocado no e-cas para que possamos conferir se está correto. Se não estiver correto devemos corrigir por lá mesmo. Para acessar o e-cas é preciso já ter o processo federal aberto, pois utilizamos o número do processo para abrir nossa página. Segue o link do e-cas: https://services3.cic.gc.ca/ecas/authenticate.do e o passo a passo para acessar as informações no e-cas:

tipo de identificação = Immigration File Number (é a 3ª opção)
número de identificação = é o número que vem escrito em sua carta de abertura do processo. Possui uma letra e 9 números
nome de família = o último sobrenome do demandante principal
data de nascimento = do demandante principal
país de nascimento = também do demandante principal

Nosso pedido de exames médicos chegou no dia 04/07/2009, 20 dias antes do prazo especificado na carta de abertura do processo. Como os exames já estavam todos prontos, só fizemos levar a papelada ao médico e despachar para Trinidad Tobago. Perturbei o médico para despachar no mesmo dia e telefonei duas vezes para saber se já havia sido despachado, até que ele resolveu enviar. Fiz isso porque sei que os médicos ficam esperando juntar uns dez pedidos para enviar tudo em um pacote, apesar de cada família pagar o valor do envio separadamente (assim ele guarda o restante do dinheiro para ele). Acompanhamos o trajeto dos exames pela net, levou 36 horas para irem do Rio de Janeiro para Trinidad Tobago, via Fedex. A maior demora é porque primeiro o pacote vai para os EUA, depois que começa a voltar. Dia 25/07/09 chegou nosso pedido dos passaportes.

Enviei no dia seguinte, pela manhã e já comprei as passagens. Mas os passaportes carimbados só voltaram hoje (um dia antes do meu aniversário) e já estávamos ficando desesperados, pois nossa passagem é para o dia 16/08/2009. Enfim, tudo acabou bem.

Obs.: nossa passagem foi comprada só de ida pela Americam Airlines, com escala em Miami.

domingo, 12 de julho de 2009

Despedida da dona Iracema (vó do Grey) e da família

Não podia faltar a despedida da família, é claro. Tiramos o fim de semana para ir a Niterói visitar a vó do Grey, dona Iracema (matriarca da família Garcez) e nos despedirmos dela e da família também. Foi uma tarde muito agradável e curtimos muito rever todos antes de viajarmos.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Despedida da Escola Municipal Ruy Barbosa

Ontem foi a despedida com os alunos da escola, pois trabalhei até eles entrarem de férias para poder finalizar o primeiro semestre. No meu último dia de trabalho os alunos da alfabetização do noturno fizeram uma homenagem, organizada pela minha amiga, professora Mônica. Mônica é a outra professora de alfabetização do noturno e nosso trabalho sempre foi tão entrelaçado que as turmas só eram divididas porque havia uma parede separando as salas, pois trabalhávamos tão unidas que uníamos as duas turmas e separávamos por níveis, então eu dava aula para seus alunos e ela para os meus e eles eram tão acostumados com nós duas como professoras que na despedida final a festa foi uma só, como uma única turma. Fizeram vários bilhetinhos e Mônica colou-os em um quadro. Essa lembrança guardarei com muito cuidado, pois sei o trabalho que deu para cada um escrever e para Mônica revisar, e sei que foi tudo feito com muito carinho.


Hoje foi a despedida com os meus amigos professores da escola, em uma pizzaria. Todos os professores do noturno estavam lá e me deram de presente uma fraqueira (para a viagem) e um porta-retratos para colocar nossa foto de despedida.
Amigos da escola municipal Ruy Barbosa

domingo, 5 de julho de 2009

Pedidos de Exames

Finalmente surgiu alguma novidade para postar. :-)
Após uma longa espera, mas totalmente dentro do prazo definido pelo consulado canadense, chegaram os nossos pedidos de exames médicos.
Como comentei antes, já haviamos realizado os exames assim que nosso endereço apareceu no e-cas (em março) porque o prazo para pedido dos exames estava levando de 3 a 4 meses. Porém... o consulado resolveu dar um tempo e segurou todos os processos com entrada em janeiro/2009 e só agora liberaram os pedidos dos exames.

Mas enfim, Leide os levará ao consultório do Dr. Alexandre para serem enviados a T&T. Agora é passar a espera da carta solicitando os nossos passaporte. E toma-lhe ansiedade.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Despedida do trabalho do Grey

Nossos amigos (e também chefe do Grey) resolveram fazer sua festa de despedida na festa junina do trabalho. Ele recebeu uma linda placa de homenagem, que levaremos para o Canadá. Vamos colocar nossas placas lado a lado para recordarmos os amigos maravilhosos.

sábado, 27 de junho de 2009

Despedida da Regina

Regina é a tia do Grey e, apesar de morar em Teresina e nós morarmos no Rio, está sempre muito presente em nossa vida, pois vem todos os anos passar as férias conosco. Antes de viajarmos ela veio ao Rio para se despedir e fizemos um fondue reunindo os amigos para essa despedida, pois semana que vem ela volta para Teresina.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Despedida dos amigos da Escola Municipal Monte Castelo

Eu saí do trabalho no município do Rio em maio/2009, mas só agora no meio de junho nos reunimos para a festa de despedida, junto com o "chá de panela" do professor Paulo Vitor e da comemoração da aposentadoria do professor Jonas. Eu também recebi uma placa de homenagem, linda, que levarei para o Canadá com o maior carinho.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Despedida na casa da Marta

Marta é a mãe do Arnold, um dos nossos filhos adotivos. Ela fez um delicioso rodízio de sopas para nossa despedida. Foi realmente muito legal e as sopas estavam nota 1000!

sábado, 30 de maio de 2009

Despedida da minha família e da Tati

Em janeiro de 2008, antes de dar entrada no processo, fui ao Nordeste me despedir de minha família, pois sabia que depois que desse entrada no processo todo o dinheiro e tempo seriam dedicados ao projeto de imigração. Com as fotos dessa viagem (e mais algumas) minha sobrinha Anne fez uma linda homenagem, que ainda hoje me faz chorar todas as vezes que vejo.
Além dessa viagem, ainda vi meu irmão e minha cunhada (Josimar e Uilma) e meu sobrinho Márcio, que vieram ao Rio em janeiro de 2009
Meus pais moram no Nordeste, mas vieram passar um mês no Rio antes da minha viagem. Na mesma época Tati veio ao Rio. É ela mesma, aquela “Tati” que morava em Vitória e nos falou da imigração e depois se mudou para Sampa e foi em sua casa que ficamos quando fomos fazer a entrevista de imigração. Pois bem, Tati foi ao Rio visitar a família e aproveitamos para nos despedir também. Como sua família conhece a minha, saímos todos juntos e fizemos uma despedida oficial, muito legal, em um restaurante.

domingo, 3 de maio de 2009

Despedida no restaurante com Márcia, Júlio e Murilo

Começamos a fase de despedidas. Nossa primeira despedida foi com Júlio e Márcia, que são os pais de Murilo. Nós fomos a um restaurante comer um delicioso risoto de camarão para nossa despedida particular. Nos divertimos muito e nós adoramos o convite. Allan também estava lá, mas ele não apareceu na foto porque foi ele quem tirou hehehe.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Exercício da paciência

Faz um bom tempo que não escrevemos nada, então aí vai alguma coisa.


Após um tempo olhando o bendito do E-cas todos os dias (e eu achava absurdo que as pessoas fizessem isso) o nosso endereço apareceu. Um tanto sem graça, pra falar a verdade. Porque é realmente só isso que acontece. O que já estava lá continua e o endereço aparece. Sabemos que isso não é parâmetro para tomar decisões, mas dá mais esperança de que o processo esteja andando.


Como o tempo médio para receber os pedidos de exames tem sido de 4 meses, resolvemos fazer os nossos exames ainda antes de receber os pedidos. Fizemos nossa consulta com o Dr. Alexandre em Botafogo-RJ. É uma consulta clínica normal, na qual ele faz as peguntas já conhecidas sobre doenças de infância e histórico da família, ausculta, pesa, etc. Ele fornece os pedidos de exames, que podem ser feitos em qualquer laboratório. Agora ficamos torcendo para que o consulado mantenha a regularidade no envio dos pedidos :-)


Já que pretendemos viajar em meados de junho, resolvemos organizar um bazar das coisas que não será possível levar. E nossa, descobrimos muita coisa acumulada em casa que há meses nós nem davamos bola. Organizamos listas com quase tudo e mandamos para os conhecidos por e-mail. Da um certo trabalho, mas é legal. Além do óbvio, levantamos uma graninha.


C'est tout!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Francisation en ligne

Estamos na semana de carnaval e por isso estou de bobeira em casa, então aproveitei para entrar no curso de francisation en ligne (FEL) do governo de Quebec.

Comecei a fazer o teste mas meu pc travou e não pude terminar. Quando tentei refazer não tinha permissão, pois constava que já havia realizado. Escrevi um e-mail para o curso pedindo a liberação, e após 36 horas recebi. Fiz o teste e fui classificada como nível 4, devendo começar pelo módulo 1 do 1º bloco de atividades. Meu marido foi classificado como nível 6, devendo começar pelo bloco 3 (mas até não foi liberado o acesso para ele, devem estar esperando montar turma). No momento em que terminei o teste já tive as atividades liberadas para mim.

Uma tutora foi designida para me acompanhar, ela se chama Annick e é muito simpática. Me passou e-mails com orientações sobre o curso e marcando minha primeira aula virtual que será no sábado. Gostei de trocar e-mails com ela porque foi a primeira vez que escrevi em francês (sem ser através de exercícios) com a real necessidade de "escrever para me comunicar".

Até agora estou achando o curso bem legal. Todos os livros de francês que já vi falam sobre a França, mas como esse é um curso de francisação, tudo é focado no Quebec. Então é possível aprender, além do francês, um pouco da cultura quebecois.

Apesar de ser um curso "en ligne", no qual podemos dispor do tempo a vontade, existem algumas regras que devem ser seguidas. Uma delas é que não podemos ficar mais de 10 dias sem realizar uma atividade, se isso ocorrer seremos cortados do curso. Ou seja: é necessário ter uma periodicidade no curso para assegurar o acesso. Obrigatoriamente temos que realizar exercícios e produções escritas que serão corrigidos pela tutora e também frequentar a classe virtual depois que terminamos cada módulo (o bloco 1 é formado por 4 módulos, então ao final do bloco 1 tenho que ter frequentado 4 classes virtuais). Ainda não sei como funcionam as classes virtuais, pois só frequentarei a primeira no sábado.

Para se inscrever no curso é necessário ter o CSQ (tem que esperar alguns dias depois que receber o CSQ para o sistema ser atualizado). Então é só acessar o link: http://www.francisationenligne.gouv.qc.ca/ e se inscrever. A inscrição é feita usando o "n° réf. ind. " (numéro de référence individuel) que está abaixo do n° dossier.

Ao iniciar o curso é feito um teste de múltipla escolha, com a duração máxima de 30 minutos , e ao final a pessoa é classificada com um nível entre 1 e 12. Logo após estará recebendo um mail com instruções de como começar o curso. Um tutor é designado e marcará uma aula virtual para apresentação dos alunos da classe e das "ferramentas" do curso. É necessário fone e microfone p/ os encontros virtuais.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais alguns detalhes

Importante: logo na recepção do prédio há uma lista de quem será entrevistado no dia. A relação está dividida por entrevistador, então a pessoa pode pedir para ver a relação antes de subir e já fica sabendo quem será o entrevistador.

Embora muitas pessoas tenham dito que a entrevista é tranquila, a gente nunca acredita. Eu estava tremendo antes de entrar, fiquei nervosa mesmo, as mãos gelaram. Mas vou repetir a frase: "a entrevista é bem tranquila e nós ficamos bastante a vontade (na medida permitida pelo nervosimo rsrsrs). O importante é levar tudo que considerar que possa fazer um diferencial no momento de pontuar sua adaptação, além de treinar bastante o francês e ter toda a documentação organizada.

Nós treinamos bem o francês, fizemos simulação da entrevista com nossa professora, eu repassei as perguntas e respostas diversas vezes, em todos os lugares, mas na hora de falar a mente travou e não consegui lembrar das respostas prontas. Os ensaios me ajudaram a falar porque estava com o vocabulário, só precisei reorganizar minhas falas.

Passar por essa fase é uma emoção muito grande, uma alegria imensa. Porque a gente investe tanto e fica sempre aquela expectativa, uma certa tensão. Quando recebemos o CSQ o corpo fica até mais leve.

Ah! Aí vai uma dica de estacionamento: seguindo o fluxo do trânsito na pista em frente ao prédio (a numeração dos imóveis vai diminuindo) é só virar à direita na última esquina antes do prédio. A rua fica entre o Unibanco e um posto de gasolina Ale. Se entrar nessa rua e seguir até um pequeno largo (uma especie de rotatória) vai encontrar um estacionamento que fica à esquerda e é bem pequeno, tem que prestar atenção. Na ocasião da minha entrevista (dez/08) a primeira hora custava R$ 5,00 e mais R$ 1,00 para cada hora adicional.

Para quem está seguindo pelo outro lado da Berrini (a numeração dos imóveis vai aumentando) é só virar à esquerda no primeiro retorno depois do prédio 1511(o prédio da entrevista) e entrar na rua em frente, que já é a rua do estacionamento.

Entrevista para obtenção do CSQ

Nossa entrevista foi no dia 05 de dezembro de 2008 (cinco meses após o envio da documentação, que foi no dia 06/07/08). A entrevista durou apenas 30 minutos e começou com 30 minutos de atraso. Nossa entrevistadora foi Mme. Judith Grenon. Estávamos bastante apreensivos porque na nossa contagem iríamos precisar de 8 pontos no quesito “adaptação” para passar (e esta é a pontuação máxima nesse quesito), então tentamos caprichar no dossiê e em nossos estudos e planejamento.

Como todos disseram, Mme Judith é um amor de pessoa. Nós levamos nosso filho de 15 anos. Eu fui com a camisa da comunidade por baixo do terninho, meu filho foi com a camisa do meu marido, e meu marido foi de camisa social e blazer.

Enfim, na hora de entrar nosso filho nos acompanhou e perguntou se poderia participar da entrevista, ela perguntou a idade e ele respondeu (15 anos), ela disse que não deveria, mas ele estava falando em francês e nós estávamos com um sorriso enorme nos rostos, então ela pediu que ele pegasse uma cadeira que estava do lado de fora e levasse para a sala. Ela explicou como seria a entrevista e que iria começar pedindo nossa documentação original, pois as cópias estavam muito bem organizadas sobre a mesa, separadas por pessoa. Ela olhava as cópias e pedia os originais, que íamos retirando da pasta conforme era solicitado. Nós já havíamos ensaiado a entrevista com nossa professora e no último ensaio fizemos uma simulação manipulando os documentos e explicando ao mesmo tempo, então foi tranquilo fazer isso durante a entrevista.

Depois ela perguntou se meu marido falava inglês, e enquanto ele respondia eu já fui entregando seus comprovantes também, e isso em todos os momentos facilitava na hora de falar, pois podíamos nos basear um pouco no que tínhamos organizado. Mme. Judith direcionava as perguntas, mas não reclamava quando um complementava a resposta do outro.

Ela pediu as ofertas de emprego, perguntou onde encontramos, olhou todas as partes das propostas que eu grifei (local, função a ser exercida e exigências) e não fez perguntas.

Meu marido é autônomo e estávamos nervosos quanto a isso, pois lemos relatos de outras entrevistas nas quais Mme. Judith “implicava” com essa questão, achando que era um subterfúgio para fugir dos impostos. Meu marido levou as RPAs de todo o ano de 2008, mas ela disse que só precisava da última e pediu o “documento de inscrição como autônomo”. Ele apresentou o cartão do PIS e Mme. Judith separou os dois para tirar xerox e anexar no dossiê, sem fazer comentário algum.

Como eu sou professora de Educação Física, já fui entregando as minhas propostas e dizendo que sabia que não posso trabalhar em escolas, mas que poderia exercer a profissão em clubes e academias e mostrei as propostas, ela disse que isso era verdade e que as propostas estavam muito boas.

Aí virou para meu filho e perguntou o que ele iria fazer no Quebec. Nós gelamos, pois não esperávamos que ela perguntasse nada a ele, mas ela disse que se ele queria participar da entrevista tinha que falar também. Ele começou explicando que iria estudar, mas começou a engasgar e perguntou se poderia falar em inglês e ela disse que não, que ele iria para o Quebec e ia estudar em uma escola francófona, mas falou isso de forma bem amena, sem frieza. Enfim, ele se concentrou e continuou falando, disse que pretendia trabalhar com informática ou jornalismo, aí eu me meti e falei que ele já trabalha como jornalista (coisa de mãe rsrsrs), ela se interessou e pediu que ele explicasse, então ele disse que fazia um trabalho voluntário de jornalismo em um projeto do governo. Depois disso ela falou em inglês e ele respondeu, e a partir daí também começou a falar alguma coisa quando ela nos perguntava.

Depois de mais algumas perguntas ela disse que tínhamos sido aceitos e que iria imprimir o CSQ. Quando se virou para conversar mais um pouco perguntou se íamos passar o fim de semana em São Paulo e meu marido disse que não, que haveria encontro do grupo no domingo. Ela perguntou onde era e quando dissemos que era em Botafogo ela tirou uma caderneta e nos mostrou que também estava indo passar o fim de semana em Botafogo, perguntando onde era e se estava escrito corretamente. Claro que aproveitei para mostrar as fotos dos nossos encontros, e ao lado tinha uma carta explicando sobre os encontros aqui no Rio, que eu entreguei também. Ela queria anotar a página da internet e pediu para tirar uma cópia da carta, mas dissemos que não precisava e que podia ficar com aquela.

Depois disso ela começou a explicar sobre o processo federal e depois de um determinado tempo percebeu que já sabíamos, então perguntou porque deixamos que ela ficasse explicando, mas perguntou rindo, de brincadeira.

Deu mais alguns conselhos, sobre continuar estudando francês e sobre a época da viagem por causa da data de matricular nosso filho na escola. Ah, quando perguntou porque escolhemos Laval para morar eu falei que lá ficava a escola que escolhemos para nosso filho, que é uma ótima escola e é pública, estando no ranking de boas escolas, com uma média alta. Ela perguntou onde eu tinha visto isso, se tinha como provar, mas eu não anotei o site e não levei uma cópia do ranking, então meu marido falou que foi de um site do governo e eu mostrei fotos da escola, o endereço e o calendário de aulas.

Não olhou nosso dossiê, apenas no momento que falei sobre a comunidade e sobre nossos encontros e mostrei os amigos da comunidade que já estão em Quebec e que antes faziam parte dos encontros no Rio. Ela olhou as fotos e fez comentários, mas não manipulou o restante do dossiê.

Quando saímos ficamos conversando com um casal e uma menina que estavam esperando para serem entrevistados. Após algum tempo nos despedimos e desejamos boa sorte.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Linha do tempo

Vamos descrever aqui a nossa linha do tempo, até o momento, sobre tudo o que envolveu o processo de imigração para o Québec.

Tudo quase começou em 2006, quando estava em um dos clientes para os quais presto consultoria e uma amiga comentou que havia participado de uma palestra sobre o Québec em sua universidade. Ela disse que parecia ser bastante interessante, que o governo de lá tinha vários programas de apoio ao imigrante, mas havia uma condição essencial para imigrar: falar francês. Na época eu já falava inglês e por conta disso não pensei mais no assunto.

Em abril de 2007 fomos à Vitória-ES passar uns dias na casa de um casal de amigos, Tati e Jonny. Em uma das noites o Jonny comentou sobre uma reportagem que havia visto falando sobre o processo de imigração para o Québec. Conversamos um bocado sobre isso, imigração em geral, ficar longe da família e afins. Nisso Leide me surpreendeu afirmando que toparia a aventura numa boa. Quando fomos dormir, resolvi perguntar se ela estava falando sério, pois eu sempre tinha tido vontade de tentar a vida fora do país, mas nunca sequer comentei já que não via nela a mesma vontade. Como ela realmente estava falando sério, ali a semente para fazer o processo foi plantada.

Iniciamos as pesquisas: Em que parte do Canadá fica o Québec?? Deve ser bem ao Norte. Encontramos o site do governo de Québec sobre o processo de imigração, fizemos a avaliação on-line para sabermos se tínhamos o perfil para imigrar, e tínhamos! Encontramos a comunidade do Orkut Quero ir para Québec e também a Comunidade Brasil-Quebéc que ajudaram muito nas pesquisas. Mas ainda não havíamos dado o passo principal, que era começar a estudar o tal do francês, porque aguardávamos os resultados dos concursos das escolas militares que o nosso filho estava tentando. Se ele passasse, nada de Québec, mas se não passasse a idéia da imigração vingaria.

Bem, ele não passou para a escola militar, mas passou para a escola técnica federal (CEFET) o que foi ótimo. Então resolvemos viajar nas férias de fim de ano e quando retornamos começamos a procurar um professor de francês particular, pois não dava para arcar com curso regular para três pessoas além do avanço ser muito lento. E foi só então, janeiro 2008, que finalmente conseguimos encontrar uma palestra sobre imigração. Não a do governo de Québec, essa para mim já começava a parecer lenda. Era a palestra organizada pelo pessoal da comunidade Quero ir para Québec.

O encontro foi ótimo. Mas o melhor não foram as informações, pois com um pouco de paciência você pode encontrar praticamente tudo na internet, mas conhecer realmente pessoas que também estavam envolvidas no processo, que por sua vez conheciam pessoas que já haviam partido para as terras geladas, saber que a história toda é de verdade torna a coisa toda mais palpável. E foi no encontro que também descobrimos os contatos para diversos professores particulares e encontramos nossa professora. O saldo foi extremamente positivo.

Em julho de 2008 mandamos a papelada para abertura do processo de Québec. Foi pouco após a mudança do escritório para SP. Víamos que muitas pessoas estavam aguardando há bastante tempo e acreditávamos que só seriamos chamados para a entrevista em março/abril de 2009. Em outubro recebemos outra carta do Bureau d’immigration solicitando mais alguns documentos. E para nossa surpresa, na segunda semana de novembro de 2008 recebi um e-mail, e poucos dias depois também uma carta, de convocação para a entrevista com data marcada para o dia 5 de dezembro de 2008. Então nós tínhamos praticamente 3 semanas para montarmos nosso dossiê, que tava mais no reino das idéias, e treinar para a entrevista.

Como nós somos do RJ e a entrevista foi em SP, para economizar a grana da hospedagem, ficamos na casa de um casal de amigos: a Tati e o Jonny!!! Pois é, eles de novo! Agora moram em São Paulo, e a 15 minutos do escritório do Bureau de Québec. Coincidência não? Graças a Deus, correu tudo bem durante a entrevista e recebemos o sonhado CSQ. De volta ao RJ começamos a providenciar a documentação do processo federal e preencher os diversos formulários. Queríamos dar entrada no Federal logo após a entrevista, mas só o fizemos no dia 08 de janeiro de 2009. Em 14 de janeiro recebemos a carta do Consulado Geral do Canadá informando que o processo federal estava aberto e que o tempo de processamento de nossa categoria de imigração é de 10 longos meses.

Bem, até agora a saga é essa. Estamos no ponto de exercitar a paciência, aguardar o pedido dos exames médicos e torcer para não termos que esperar os 10 meses.


Boa sorte a todos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Criamos este blog para registrar a nossa história, nossas pesquisas e também para ajudar as pessoas que estão interessadas em imigrar para o Québec e possuem dúvidas quanto ao processo de imigração. Futuramente começaremos a postar as nossas dicas.