Chegada em Montréal

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Francisation en ligne

Estamos na semana de carnaval e por isso estou de bobeira em casa, então aproveitei para entrar no curso de francisation en ligne (FEL) do governo de Quebec.

Comecei a fazer o teste mas meu pc travou e não pude terminar. Quando tentei refazer não tinha permissão, pois constava que já havia realizado. Escrevi um e-mail para o curso pedindo a liberação, e após 36 horas recebi. Fiz o teste e fui classificada como nível 4, devendo começar pelo módulo 1 do 1º bloco de atividades. Meu marido foi classificado como nível 6, devendo começar pelo bloco 3 (mas até não foi liberado o acesso para ele, devem estar esperando montar turma). No momento em que terminei o teste já tive as atividades liberadas para mim.

Uma tutora foi designida para me acompanhar, ela se chama Annick e é muito simpática. Me passou e-mails com orientações sobre o curso e marcando minha primeira aula virtual que será no sábado. Gostei de trocar e-mails com ela porque foi a primeira vez que escrevi em francês (sem ser através de exercícios) com a real necessidade de "escrever para me comunicar".

Até agora estou achando o curso bem legal. Todos os livros de francês que já vi falam sobre a França, mas como esse é um curso de francisação, tudo é focado no Quebec. Então é possível aprender, além do francês, um pouco da cultura quebecois.

Apesar de ser um curso "en ligne", no qual podemos dispor do tempo a vontade, existem algumas regras que devem ser seguidas. Uma delas é que não podemos ficar mais de 10 dias sem realizar uma atividade, se isso ocorrer seremos cortados do curso. Ou seja: é necessário ter uma periodicidade no curso para assegurar o acesso. Obrigatoriamente temos que realizar exercícios e produções escritas que serão corrigidos pela tutora e também frequentar a classe virtual depois que terminamos cada módulo (o bloco 1 é formado por 4 módulos, então ao final do bloco 1 tenho que ter frequentado 4 classes virtuais). Ainda não sei como funcionam as classes virtuais, pois só frequentarei a primeira no sábado.

Para se inscrever no curso é necessário ter o CSQ (tem que esperar alguns dias depois que receber o CSQ para o sistema ser atualizado). Então é só acessar o link: http://www.francisationenligne.gouv.qc.ca/ e se inscrever. A inscrição é feita usando o "n° réf. ind. " (numéro de référence individuel) que está abaixo do n° dossier.

Ao iniciar o curso é feito um teste de múltipla escolha, com a duração máxima de 30 minutos , e ao final a pessoa é classificada com um nível entre 1 e 12. Logo após estará recebendo um mail com instruções de como começar o curso. Um tutor é designado e marcará uma aula virtual para apresentação dos alunos da classe e das "ferramentas" do curso. É necessário fone e microfone p/ os encontros virtuais.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais alguns detalhes

Importante: logo na recepção do prédio há uma lista de quem será entrevistado no dia. A relação está dividida por entrevistador, então a pessoa pode pedir para ver a relação antes de subir e já fica sabendo quem será o entrevistador.

Embora muitas pessoas tenham dito que a entrevista é tranquila, a gente nunca acredita. Eu estava tremendo antes de entrar, fiquei nervosa mesmo, as mãos gelaram. Mas vou repetir a frase: "a entrevista é bem tranquila e nós ficamos bastante a vontade (na medida permitida pelo nervosimo rsrsrs). O importante é levar tudo que considerar que possa fazer um diferencial no momento de pontuar sua adaptação, além de treinar bastante o francês e ter toda a documentação organizada.

Nós treinamos bem o francês, fizemos simulação da entrevista com nossa professora, eu repassei as perguntas e respostas diversas vezes, em todos os lugares, mas na hora de falar a mente travou e não consegui lembrar das respostas prontas. Os ensaios me ajudaram a falar porque estava com o vocabulário, só precisei reorganizar minhas falas.

Passar por essa fase é uma emoção muito grande, uma alegria imensa. Porque a gente investe tanto e fica sempre aquela expectativa, uma certa tensão. Quando recebemos o CSQ o corpo fica até mais leve.

Ah! Aí vai uma dica de estacionamento: seguindo o fluxo do trânsito na pista em frente ao prédio (a numeração dos imóveis vai diminuindo) é só virar à direita na última esquina antes do prédio. A rua fica entre o Unibanco e um posto de gasolina Ale. Se entrar nessa rua e seguir até um pequeno largo (uma especie de rotatória) vai encontrar um estacionamento que fica à esquerda e é bem pequeno, tem que prestar atenção. Na ocasião da minha entrevista (dez/08) a primeira hora custava R$ 5,00 e mais R$ 1,00 para cada hora adicional.

Para quem está seguindo pelo outro lado da Berrini (a numeração dos imóveis vai aumentando) é só virar à esquerda no primeiro retorno depois do prédio 1511(o prédio da entrevista) e entrar na rua em frente, que já é a rua do estacionamento.

Entrevista para obtenção do CSQ

Nossa entrevista foi no dia 05 de dezembro de 2008 (cinco meses após o envio da documentação, que foi no dia 06/07/08). A entrevista durou apenas 30 minutos e começou com 30 minutos de atraso. Nossa entrevistadora foi Mme. Judith Grenon. Estávamos bastante apreensivos porque na nossa contagem iríamos precisar de 8 pontos no quesito “adaptação” para passar (e esta é a pontuação máxima nesse quesito), então tentamos caprichar no dossiê e em nossos estudos e planejamento.

Como todos disseram, Mme Judith é um amor de pessoa. Nós levamos nosso filho de 15 anos. Eu fui com a camisa da comunidade por baixo do terninho, meu filho foi com a camisa do meu marido, e meu marido foi de camisa social e blazer.

Enfim, na hora de entrar nosso filho nos acompanhou e perguntou se poderia participar da entrevista, ela perguntou a idade e ele respondeu (15 anos), ela disse que não deveria, mas ele estava falando em francês e nós estávamos com um sorriso enorme nos rostos, então ela pediu que ele pegasse uma cadeira que estava do lado de fora e levasse para a sala. Ela explicou como seria a entrevista e que iria começar pedindo nossa documentação original, pois as cópias estavam muito bem organizadas sobre a mesa, separadas por pessoa. Ela olhava as cópias e pedia os originais, que íamos retirando da pasta conforme era solicitado. Nós já havíamos ensaiado a entrevista com nossa professora e no último ensaio fizemos uma simulação manipulando os documentos e explicando ao mesmo tempo, então foi tranquilo fazer isso durante a entrevista.

Depois ela perguntou se meu marido falava inglês, e enquanto ele respondia eu já fui entregando seus comprovantes também, e isso em todos os momentos facilitava na hora de falar, pois podíamos nos basear um pouco no que tínhamos organizado. Mme. Judith direcionava as perguntas, mas não reclamava quando um complementava a resposta do outro.

Ela pediu as ofertas de emprego, perguntou onde encontramos, olhou todas as partes das propostas que eu grifei (local, função a ser exercida e exigências) e não fez perguntas.

Meu marido é autônomo e estávamos nervosos quanto a isso, pois lemos relatos de outras entrevistas nas quais Mme. Judith “implicava” com essa questão, achando que era um subterfúgio para fugir dos impostos. Meu marido levou as RPAs de todo o ano de 2008, mas ela disse que só precisava da última e pediu o “documento de inscrição como autônomo”. Ele apresentou o cartão do PIS e Mme. Judith separou os dois para tirar xerox e anexar no dossiê, sem fazer comentário algum.

Como eu sou professora de Educação Física, já fui entregando as minhas propostas e dizendo que sabia que não posso trabalhar em escolas, mas que poderia exercer a profissão em clubes e academias e mostrei as propostas, ela disse que isso era verdade e que as propostas estavam muito boas.

Aí virou para meu filho e perguntou o que ele iria fazer no Quebec. Nós gelamos, pois não esperávamos que ela perguntasse nada a ele, mas ela disse que se ele queria participar da entrevista tinha que falar também. Ele começou explicando que iria estudar, mas começou a engasgar e perguntou se poderia falar em inglês e ela disse que não, que ele iria para o Quebec e ia estudar em uma escola francófona, mas falou isso de forma bem amena, sem frieza. Enfim, ele se concentrou e continuou falando, disse que pretendia trabalhar com informática ou jornalismo, aí eu me meti e falei que ele já trabalha como jornalista (coisa de mãe rsrsrs), ela se interessou e pediu que ele explicasse, então ele disse que fazia um trabalho voluntário de jornalismo em um projeto do governo. Depois disso ela falou em inglês e ele respondeu, e a partir daí também começou a falar alguma coisa quando ela nos perguntava.

Depois de mais algumas perguntas ela disse que tínhamos sido aceitos e que iria imprimir o CSQ. Quando se virou para conversar mais um pouco perguntou se íamos passar o fim de semana em São Paulo e meu marido disse que não, que haveria encontro do grupo no domingo. Ela perguntou onde era e quando dissemos que era em Botafogo ela tirou uma caderneta e nos mostrou que também estava indo passar o fim de semana em Botafogo, perguntando onde era e se estava escrito corretamente. Claro que aproveitei para mostrar as fotos dos nossos encontros, e ao lado tinha uma carta explicando sobre os encontros aqui no Rio, que eu entreguei também. Ela queria anotar a página da internet e pediu para tirar uma cópia da carta, mas dissemos que não precisava e que podia ficar com aquela.

Depois disso ela começou a explicar sobre o processo federal e depois de um determinado tempo percebeu que já sabíamos, então perguntou porque deixamos que ela ficasse explicando, mas perguntou rindo, de brincadeira.

Deu mais alguns conselhos, sobre continuar estudando francês e sobre a época da viagem por causa da data de matricular nosso filho na escola. Ah, quando perguntou porque escolhemos Laval para morar eu falei que lá ficava a escola que escolhemos para nosso filho, que é uma ótima escola e é pública, estando no ranking de boas escolas, com uma média alta. Ela perguntou onde eu tinha visto isso, se tinha como provar, mas eu não anotei o site e não levei uma cópia do ranking, então meu marido falou que foi de um site do governo e eu mostrei fotos da escola, o endereço e o calendário de aulas.

Não olhou nosso dossiê, apenas no momento que falei sobre a comunidade e sobre nossos encontros e mostrei os amigos da comunidade que já estão em Quebec e que antes faziam parte dos encontros no Rio. Ela olhou as fotos e fez comentários, mas não manipulou o restante do dossiê.

Quando saímos ficamos conversando com um casal e uma menina que estavam esperando para serem entrevistados. Após algum tempo nos despedimos e desejamos boa sorte.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Linha do tempo

Vamos descrever aqui a nossa linha do tempo, até o momento, sobre tudo o que envolveu o processo de imigração para o Québec.

Tudo quase começou em 2006, quando estava em um dos clientes para os quais presto consultoria e uma amiga comentou que havia participado de uma palestra sobre o Québec em sua universidade. Ela disse que parecia ser bastante interessante, que o governo de lá tinha vários programas de apoio ao imigrante, mas havia uma condição essencial para imigrar: falar francês. Na época eu já falava inglês e por conta disso não pensei mais no assunto.

Em abril de 2007 fomos à Vitória-ES passar uns dias na casa de um casal de amigos, Tati e Jonny. Em uma das noites o Jonny comentou sobre uma reportagem que havia visto falando sobre o processo de imigração para o Québec. Conversamos um bocado sobre isso, imigração em geral, ficar longe da família e afins. Nisso Leide me surpreendeu afirmando que toparia a aventura numa boa. Quando fomos dormir, resolvi perguntar se ela estava falando sério, pois eu sempre tinha tido vontade de tentar a vida fora do país, mas nunca sequer comentei já que não via nela a mesma vontade. Como ela realmente estava falando sério, ali a semente para fazer o processo foi plantada.

Iniciamos as pesquisas: Em que parte do Canadá fica o Québec?? Deve ser bem ao Norte. Encontramos o site do governo de Québec sobre o processo de imigração, fizemos a avaliação on-line para sabermos se tínhamos o perfil para imigrar, e tínhamos! Encontramos a comunidade do Orkut Quero ir para Québec e também a Comunidade Brasil-Quebéc que ajudaram muito nas pesquisas. Mas ainda não havíamos dado o passo principal, que era começar a estudar o tal do francês, porque aguardávamos os resultados dos concursos das escolas militares que o nosso filho estava tentando. Se ele passasse, nada de Québec, mas se não passasse a idéia da imigração vingaria.

Bem, ele não passou para a escola militar, mas passou para a escola técnica federal (CEFET) o que foi ótimo. Então resolvemos viajar nas férias de fim de ano e quando retornamos começamos a procurar um professor de francês particular, pois não dava para arcar com curso regular para três pessoas além do avanço ser muito lento. E foi só então, janeiro 2008, que finalmente conseguimos encontrar uma palestra sobre imigração. Não a do governo de Québec, essa para mim já começava a parecer lenda. Era a palestra organizada pelo pessoal da comunidade Quero ir para Québec.

O encontro foi ótimo. Mas o melhor não foram as informações, pois com um pouco de paciência você pode encontrar praticamente tudo na internet, mas conhecer realmente pessoas que também estavam envolvidas no processo, que por sua vez conheciam pessoas que já haviam partido para as terras geladas, saber que a história toda é de verdade torna a coisa toda mais palpável. E foi no encontro que também descobrimos os contatos para diversos professores particulares e encontramos nossa professora. O saldo foi extremamente positivo.

Em julho de 2008 mandamos a papelada para abertura do processo de Québec. Foi pouco após a mudança do escritório para SP. Víamos que muitas pessoas estavam aguardando há bastante tempo e acreditávamos que só seriamos chamados para a entrevista em março/abril de 2009. Em outubro recebemos outra carta do Bureau d’immigration solicitando mais alguns documentos. E para nossa surpresa, na segunda semana de novembro de 2008 recebi um e-mail, e poucos dias depois também uma carta, de convocação para a entrevista com data marcada para o dia 5 de dezembro de 2008. Então nós tínhamos praticamente 3 semanas para montarmos nosso dossiê, que tava mais no reino das idéias, e treinar para a entrevista.

Como nós somos do RJ e a entrevista foi em SP, para economizar a grana da hospedagem, ficamos na casa de um casal de amigos: a Tati e o Jonny!!! Pois é, eles de novo! Agora moram em São Paulo, e a 15 minutos do escritório do Bureau de Québec. Coincidência não? Graças a Deus, correu tudo bem durante a entrevista e recebemos o sonhado CSQ. De volta ao RJ começamos a providenciar a documentação do processo federal e preencher os diversos formulários. Queríamos dar entrada no Federal logo após a entrevista, mas só o fizemos no dia 08 de janeiro de 2009. Em 14 de janeiro recebemos a carta do Consulado Geral do Canadá informando que o processo federal estava aberto e que o tempo de processamento de nossa categoria de imigração é de 10 longos meses.

Bem, até agora a saga é essa. Estamos no ponto de exercitar a paciência, aguardar o pedido dos exames médicos e torcer para não termos que esperar os 10 meses.


Boa sorte a todos.