Chegada em Montréal

terça-feira, 31 de maio de 2011

Agente ou conselheiro de emprego

Existe uma grande diferença entre um agente de empregos e um conselheiro de empregos.

"Conselheiro de empregos" é a pessoa que trabalha auxiliando na procura de emprego (segundo interesses, competências e aspirações), ajuda a focar nos objetivos da carreira e a estabelecer planos de ação. Para isso o conselheiro de empregos promove ateliers, ajuda a fazer o CV e a carta de apresentação, treina para a entrevista, explica como telefonar para a empresa, como manter uma relação do envio de CVs, etc. Ou seja, é a pessoa que nos prepara para o mercado de trabalho.

Podemos encontrar um conselheiro de emprego em vários órgãos comunitários, como Carrefour JeunesseCACIPROMIS e vários outros. Esses órgãos são, em geral, subvencionados pelo governo e oferecem vários tipos de ajuda. Nathália é minha conselheira de emprego no Carrefour Jeunesse.

Além do conselheiro de empregos, podemos contar com o "agente de empregos" do Emploi-Québec. O agente de empregos nos acompanhará sempre e para isso é preciso abrir um dossiê no Emploi-Québec. Geralmente quem chega ao Emploi-Québec apenas para fazer pedidos tem o seu pedido recusado. É preciso montar um histórico de caminhada para conseguir usufruir dos benefícios. O agente de empregos gosta quando mostramos que temos um conselheiro de emprego e que ele nos aconselhou a fazer determinado pedido, pois assim ele pode ver que estamos buscando nos aperfeiçoar e/ou realmente trabalhar. Mas enfim, para que queremos um agente de empregos?

O agente de empregos é responsável pelos suportes a inserção no mercado de trabalho. Sendo assim, digamos que estejamos procurando um emprego e, apesar de termos feito tudo que foi orientado pelo nosso conselheiro, não estamos recebendo resposta positiva. O que falta? Tradução de documentos, equivalência de diploma? Peça ao seu agente de empregos. Ele irá avaliar e decidir o que deve ou não ser reembolsado. O meu marido, por exemplo, conseguiu reembolso de todas as traduções e da equivalência também, eu consegui apenas o valor da equivalência, mas não das traduções. Porém, não adianta mandar traduzir e depois pedir reembolso, deve-se perguntar antes ao agente e se ele der sinal positivo é só mandar fazer a tradução, pegar um recibo e deixar no Emploi-Québec em nome do seu agente. O reembolso vem pelo correio, em forma de cheque.

Mas afinal, você continua sem emprego? O francês não está bom? Seu agente irá avaliar se você precisa melhorar seu francês e lhe encaminhar para um curso gratuito, algumas vezes dando uma ajuda de custo durante o curso. Digamos que seu francês esteja bom, mas você precisa é de uma atualização para o mercado de trabalho, um curso para aperfeiçoar suas qualificações. Peça ao seu agente, qualquer que seja o curso, só ele pode decidir se você vai ou não recebe-lo. Existem muitas possibilidades com seu agente do Emploi-Québec, é preciso saber como e quando usufruir.

No entanto, como eu disse antes, não adianta chegar lá e dizer que precisa de algo. É preciso antes ter aberto seu dossiê, ter um histórico. Quando mais esforço demonstrado, maiores chances de conseguir. Por exemplo: meu marido chegou aqui e começou a procurar emprego, mandou vários CVs por conta própria e nada. Ele percebeu que precisava de um curso para se especializar e quando tentou entrar no curso desejado descobriu que esse era um curso oferecido pelo Emploi-Québec, ele não podia simplesmente se inscrever no curso. Ele então foi ao Emploi-Québec e pediu uma vaga, mas o agente disse que precisava de motivos para justificar que estava lhe dando uma vaga e esses motivos não existiam. Para o Emploi-Québec meu marido apareceu lá e pediu um curso sem nem mesmo tentar antes se inserir no mercado de trabalho, ele não havia procurado o serviço antes, não tinha um histórico para provar sua caminhada na busca de empregos e por isso não era admissível ao programa. Depois disso procuramos uma conselheira de empregos e um agente de empregos do Emploi-Québec para começarmos a montar nosso histórico por lá.

Início do trabalho na garderie




Quando estava no último período da francisação comecei a procurar emprego. Meu primeiro passo foi entrar em contato com uma conselheira de emprego do Carrefour Jeunesse chamada Nathália, que na verdade é uma brasileira que eu já tinha conhecido através de uma amiga chamada Luciene. Nathália trabalha muito bem e também é a conselheira de emprego do meu marido, Grey. Ela me ajudou a preparar meu CV, minha carta de apresentação, explicou sobre o mercado de trabalho, treinou a entrevista comigo (até a maneira que devia me vestir para a entrevista), me orientou como validar meu diploma. Além disso, ela reuniu 4 pessoas que estavam interessadas em trabalhar em garderie e fez uma reunião para explicar todo o funcionamento e dar dicas de como trabalhar, quais são os procedimentos adotados aqui, etc. Eu estava procurando como educadora em garderie (creche), pois ainda não havia validado meu diploma. Ela me indicou uma empresa chamada SREPE, que fornece educadoras substitutas para as garderies, onde ela mesma já tinha trabalhado. Eu amei a idéia porque era justamente o que estava procurando, visto que posso deixar 2 dias livres por semana para estudar, ou trabalhar a semana completa, de acordo com minha necessidade.

Para trabalhar em garderie é preciso ter um curso de primeiros socorros e reanimação cardio-vascular feito aqui no Québec. Fiz o curso antes de mandar meu CV (dia 06 de junho), no próprio SREPE. Outra exigência é o atestado de impedimento judicial (l'enquête d'empêchement judiciaire), o "nada-consta" específico para garderie. Eu já tinha um atestado anterior, que tirei para poder treinar as meninas no futebol, mas esse era um atestado geral, não específico de garderie.

Decidi que era esse o emprego que queria, caprichei no CV e na carta de apresentação, pedi para meu professor da francisação fazer a revisão, enviei tudo e depois telefonei para lá, conforme Nathália tinha me orientado, mas nem uma vez consegui entrar em contato com eles. Como eu queria realmente esse emprego fui lá pessoalmente três dias depois com a intenção de mostrar que estava interessada de verdade. Na hora falei com a responsável pela orientação, ela pegou meu CV e minha carta, foi lendo e me fazendo várias perguntas relacionadas a sala de aula, depois falou que iria marcar uma entrevista para mim no dia 15/junho/2010, às 15:30h. 

Treinei a entrevista com minha agente e fiz tudo de acordo com o que ela orientou, inclusive me vesti conforme suas orientações. Cheguei lá toda feliz (e nervosa) no dia da entrevista, 10 minutos antes do horário marcado (ou do horário que eu achava que estava marcado). Na verdade a entrevista estava marcada para as 13:30, mas em francês a pronúncia de treze e três é muita parecida, assim como em português. Para mim, que estava nervosa e ainda um pouco crua no francês, entendi o horário errado. Na hora me deu um desespero enorme, pensei: "já era, perdi o emprego por uma bobagem". Mas a responsável era a mesma que tinha falado comigo antes e remarcou minha entrevista para dois dias depois, no dia 17/06/2010 às 13:30. Dessa vez confirmei direitinho o horário e até hoje confirmo, melhor do que perder a hora.

A entrevista foi coletiva, eu e mais 9 pessoas. Eu era a única que não tinha francês como língua materna, que não tinha me formado aqui e que nunca tinha trabalhado em uma escola daqui. Mas não dei o braço a torcer, respondi todas as questões (todas voltadas para experiência com ensino, cada uma mais "pegadinha" que a outra) sabendo do que estava falando, devido aos meus anos de experiência na profissão, pois a entrevista que treinei com Nathália não teve nada a ver com essa entrevista, mas o mini-curso que ela deu ajudou bastante, pois pude adaptar minha experiência com as informações que ela forneceu e correu tudo bem. Como eu nã tinha um vocabulário muito vasto, procurei ser sempre a primeira a responder, assim não ficaria literalmente "sem palavras" no momento de dar minha resposta, afinal se alguém falasse o que eu iria falar seria muito complicado encontrar palavras para dizer a mesma coisa, mas sem repetir o que a outra já tinha falado. Ao final da entrevista eles pediram que todos fornecessem referências e como eu não tinha os telefones no momento, falei que enviaria no dia seguinte.

No dia seguinte a entrevista enviei uma carta de agradecimento para a entrevistadora e forneci duas referências (da responsável pelo clube onde eu treinava as meninas do futebol e da mãe do Tiago, o menino que tomo conta). Eles ligaram para os dois e pediram informções sobre minha conduta no trabalho e minha pontualidade. Três dias depois estava recebendo minha resposta positiva. Eles marcaram uma reunião onde eu entreguei meus documentos pessoais e diplomas (ainda sem tradução) e a própria empresa se encarregou de dar entrada no meu atestado de impedimento judicial. Eu só poderia começar a trabalhar depois que tivesse esse atestado em mãos, então tive ainda que esperar quase um mês para começar. Este foi o único CV que enviei. 


Enfim, meu atestado ficou pronto no dia 07 de julho e eu comecei a trabalhar nas garderies no dia 19/julho/2010, mas no início não tinha trabalho todo dia. Depois do primeiro mês comecei a trabalhar a semana inteira porque várias diretoras já conheciam meu trabalho e quando ligavam para a empresa pediam que eu fosse a substituta. Algumas queriam apenas para um dia, mas outras pediam para cobrir uma licença médica de uma semana, um mês. Depois disso só ficava sem trabalhar nos dias que queria, que eu tirava como "congé" (folga). 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Trabalho na academia: samba, forró e capoeira

No final de dezembro/2010 uma amiga brasileira que mora no mesmo prédio que eu (Tatiana) perguntou se eu e Grey gostaríamos de dar aula de dança na academia que ela frequenta, aqui perto. Eu amei a idéia, é claro, e fomos conversar com o gerente da academia.

Ele estava procurando algo novo para fazer um projeto na academia na intenção de atrair mais membros. O esquema da academia é: a pessoa se torna membro e paga uma mensalidade, tendo direito a fazer qualquer atividade que a academia ofereça. O contrato é de um ano e a mensalidade é descontada no cartão de crédito durante todo esse período. Todas as academias por aqui funcionam dessa forma.

Eu e Grey conversamos com o gerente (um italiano chamado Franco) e combinamos que daríamos aulas de forró e samba 1 vez por semana a 35,00/hora. Eu me ofereci para dar aulas de capoeira de graça, pois queria divulgar o trabalho e a academia não tinha interesse. O combinado foi que o projeto teria a duração de um mês e meio e se conseguíssemos atrair uma nova clientela para a academia passaríamos a dar aulas em 2011, inclusive a aula de capoeira passaria a ser remunerada. Para quem não era membro da academia haveria uma cobrança por aulas enquanto durasse o projeto, e evidentemente quem já era membro ou resolvesse se filiar não pagaria para fazer as aulas.
Propaganda feita pela academia
A aula de forró foi um fracasso total e na verdade só chegamos a dar duas aulas, não teve clientela. A aula de samba de gafieira foi a que fez mais sucesso, principalmente por incentivo de Tatiana, que ia a todas as aulas e ainda convidava a galera da academia para ir junto. As aulas de capoeira eu dava sozinha, pois Grey trabalhava aos domingos, e não teve quase alunos. Não tivemos um aluno sequer de fora da academia, mesmo fazendo propaganda em todas as comunidades e enviando e-mail para todos os amigos ninguém apareceu e por isso o projeto finalizou na data prevista e não tivemos contrato para o ano de 2011. Mas o dinheiro que recebemos da academia foi nosso "décimo terceiro", pois pedi para receber tudo somente no final do projeto.

Para receber foi super simples: fiz um recibo no word com a data, meu nome e endereço, nome e endereço da academia, a listagem das aulas dadas com o valor a receber por cada uma e a soma no final. Enviei por e-mail para o gerente e depois fui lá buscar meu cheque. Simples assim. Obs.: na hora de declarar no IR também é bem simples, sem complicação alguma.

Aula de samba - aquecimento
Aula de capoeira: ginga



Trabalhos informais

No post anterior falei sobre meu primeiro trabalho oficial em Montréal, como voluntária.

Chamei de primeiro "oficial" porque desde que fazia a francisação comecei a me virar para ganhar um dinheiro extra, afinal a idéia é não mexer nas economias. A primeira coisa que fiz aqui foi faxina, mas nada comparado com a nossa faxina brasileira.

Na verdade nem procurei esse trabalho, um colega meu o fazia e tinha 2 clientes, mas ele começou a trabalhar e não poderia mais fazer e então falou que se eu quisesse ele me indicaria. O valor da faxina é de 15,00/hora e geralmente deve ser terminada em 4 horas, a cada 15 dias. As duas clientes eram senhoras que não tinham mais condições de fazer a faxina elas mesmas. Eu topei e fiz durante três meses, tirava uma parte do dia e faltava na francisação (uma vez por semana), mas já estava no último período e não me prejudicou em nada. Achava o trabalho tranquilo, apesar de um pouco cansativo, e era sempre um dinheirinho entrando.

O próximo e ainda paralelo a esse, foi como baby-sitter, que continuo fazendo até hoje. Esse também oferecido por uma outra amiga que é fisioterapeuta. Ela começou a trabalhar na área e como também estudava não estava conseguindo conciliar tudo e ofereceu se eu gostaria de tomar conta da criança da qual ela se ocupava. Era ocasionalmente, sem dia definido. Eu topei pois gosto de crianças (afinal trabalho com isso, né?) e acho essa uma tarefa muito tranquila. Comecei com essa criança (Tiago) exatamente no dia 28/06/2010 e tomo conta dele até hoje. Tiago é filho de uma uruguaia com um francês e a mãe fala português. No início desse ano comecei a tomar conta também de um bebê quebecois aqui perto de casa (Florian), quando comecei ele tinha 3 semanas e agora fará 6 meses. Os pais de Florian me conheceram através do site SOS Garde, onde sou inscrita como baby-sitter (gardienne). A outra família para quem trabalho é uma família de brasileiros com duas crianças (Lucas e Emma) que foram indicados pelos pais de Tiago. Também comecei com essa família esse ano, há três meses. Na festa de aniversário de Lucas eles me chamaram para fazer a animação e assim acabei conhecendo outras duas famílias que entraram em contato para que eu cuide também de seus filhos. Esse é um trabalho legal, que gosto de fazer e que dá sempre um dinheirinho extra. Recebemos por hora e o valor de mercado é de 10,00/hora.

Um outro trabalho que também fiz, mas que agora parei por falta de tempo para continuar, é a produção de salgadinhos brasileiros. No mês de março/2010 coloquei anúncios em comunidades do orkut e passei e-mail para todos os amigos, assim logo tive uma primeira cliente. Foram 4 clientes com pedidos pequenos e depois uma vizinha trouxe uma amiga para fazer um pedido para uma festa, ela disse que eu poderia fazer cartões que ela distribuiria no dia. Esse foi o pontapé inicial, pois depois disso recebi mais pedidos para festa (de pessoas que estavam nessa primeira) e assim o trabalho começou a crescer. Fui comprando material para facilitar meu trabalho e aumentando a diversidade de salgados, mas chegou a um ponto em que não conseguia mais dar conta de toda a clientela, passava sextas, sábados e domingos completos fazendo salgados, trabalhando 12 horas por dia e isso estava me deixando muito cansada (nessa época já tinha também um emprego oficial). Então, há cerca de dois meses decidi definitivamente parar de fazer salgados, procurei alguém que fizesse salgados em Montréal para que eu pudesse indicar, pois acabei fazendo uma boa clientela e alguns clientes fixos encomendavam todos os meses, outros apenas para festas, mas não queria simplesmente dizer que parei e deixar todos "na mão".

Pois bem, esse post mostra que é possível ganhar dinheiro por aqui. Não viemos aqui para viver de trabalhos informais, mas se estamos recomeçando e ainda decidindo realmente o que queremos fazer, estudando e aprendendo a língua, não faz mal nenhum ganhar um dinheirinho extra. Cada pessoa tem um talento, então nessas horas é muito bom saber como explora-lo, como tirar um bom proveito do que sabemos fazer. 

domingo, 29 de maio de 2011

Meu primeiro trabalho oficial: voluntária para treinar uma equipe feminina de futebol

Primavera é a época em que começam as atividades externas por aqui. Acabou a neve e a temperatura começa a subir, nada melhor do que ir para a rua, clube, parque...

Foi justamente na primavera do ano passado que consegui meu primeiro trabalho oficial aqui em Montréal (de 08/05/2010 a 20/06/2010), mas como até hoje não havia escrito sobre isso, resolvi fazer todo um "pacote" sobre trabalho e escrever todos de uma só vez.

Aqui onde moro tem uma enorme área de lazer e todos os anos, nessa época, a prefeitura oferece atividades para as crianças por um preço simbólico para cobrir os custos com uniforme, material, medalhas e atividades relacionadas. Todo o trabalho é feito por voluntários. Eu então telefonei para lá e me ofereci como voluntária para treinar uma equipe de futebol, mas não fui aceita por conta do meu francês ainda muito fraco, apesar de compreender bem eu falava pouco para trabalhar. Mas por fim uma equipe feminina com meninas entre 12 e 13 anos ficou sem treinador (todo mundo queria crianças ou meninos) e após insistir mais uma vez acabei conseguindo a vaga.

Tivemos uma reunião onde recebemos algumas instruções e depois peguei o material para trabalhar e os uniformes. Próximo passo: telefonar para os pais e marcar a entrega dos uniformes. Ótimo, começando a treinar o francês.

O trabalho consistia não em treinar o grupo, porque na verdade não havia tempo hábil para isso, era apenas organiza-las na hora do jogo, cuidar para que todas participassem, organizar o material e fazer um leve treinamento de 15 minutos antes de cada partida. Todos os sábados e domingos durante um mês e meio. Tinha 17 meninas na minha equipe, nem sempre fácil de manter a ordem, nem todas interessadas em jogar, apenas em se divertir. Senti o primeiro impacto de dar aula em uma outra cultura, para adolescentes e sem conseguir me expressar direito, mas correu tudo bem. Esse  primeiro trabalho abriu as portas para meu primeiro emprego oficialmente remunerado.

Como não podia tirar foto das meninas tirei apenas uma minha, com o uniforme do jogo que eu também usava (para diferenciar quem era o técnico de cada equipe).





Viagens sem fronteiras



Eu sempre achei que apenas os países da América do Sul que fazem parte do Mercosul não exigiam visto de entrada (turismo) para brasileiros. Mas hoje sei que vários países através do mundo não exigem esse visto para brasileiros (quando estiverem se deslocando a turismo e por um máximo de 90 dias), por causa do Tratado de Schengen (território sem fronteiras internas que inclui Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Suécia). tratado Schengen estabelece a obrigatoriedade de que os turistas brasileiros visitando esses países comprovem possuir uma Assistência a Viagens com valor mínimo de € 30.000 para garantir assistência médica por doença ou acidente, uma identidade internacional (passaporte, por exemplo), comprovante de estadia e valor suficiente para o tempo que permanecerá (cada país estabelece o seu valor diário, entre 25 e 40 euros)


Muito bom saber que não precisamos de visto para entrar em diversos países, mas também é preciso lembrar que no momento da entrada no país nós podemos ser barrados e isso pode acontecer até mesmo nos países onde precisamos (e temos) de visto. É a autoridade local quem vai decidir se podemos entrar ou não, por isso o governo brasileiro dá alguns conselhos para quem viaja ao exterior: para reduzir os riscos de inadmissão, é conveniente que o turista tenha consigo vouchers de hotel, dinheiro por qualquer tempo de permanência (o governo brasileiro aconselha 60 euros por dia por pessoa, mínimo de 550 euros) , passagem de volta e cartão de crédito internacional. Pode ser exigida carta-convite da pessoa ou família que hospedará o viajante ou da instituição organizadora do evento de que participará. Alguns países podem exigir a comprovação do porte de valores determinados como uma das condições para autorizar a entrada.

E, é claro, antes de viajar devemos conferir quais vacinas devemos tomar e se o país para o qual estamos indo ainda mantém o acordo de isenção de visto com o Brasil, pois esses acordos podem mudar.

Aí está a lista dos países que não exigem visto para brasileiros, separados por continente e por ordem alfabética:

ÁFRICA
África do Sul
Marrocos
Namíbia
Tunísia

AMÉRICA DO SUL
Argentina
Bolívia
Chile
Colômbia
Equador
Guiana
Paraguai
Peru
Suriname
Uruguai
Venezuela

AMÉRICA CENTRAL
Bahamas
Barbados
Costa Rica
Guatemala
Honduras
Panamá
Trinidad e Tobago

ÁSIA
Coréia do Sul
Filipinas
Hong Kong
Israel
Macau
Malásia
Tailândia

EUROPA
Alemanha
Andorra
Áustria
Bélgica
Bulgária
Croácia
Dinamarca
Eslováquia
Eslovênia
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Irlanda
Islândia
Itália
Liechtenstein
Luxemburgo
Mônaco
Noruega
Polônia
Portugal
Reino Unido
República Tcheca
San Marino
Suécia
Suíça
Vaticano

Rússia e Turquia (esses dois países dividem-se entre a Europa e a Ásia)

OCEANIA
Nova Zelândia

Boa Viagem a todos!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sistema Escolar do Québec

Pois é, faltam exatamente 30 dias para Allan terminar o "ensino médio" do Québec, aqui chamado de "secondaire". E é claro que eu estou aqui super orgulhosa do meu filhote. Afinal não é nada fácil chegar em um outro país e estudar em uma língua diferente de nossa língua materna. Quem tem dificuldades em história, geografia, português, química, física, matemática... recebendo todas as explicações em português, consegue imaginar o que é estudar tudo isso em uma língua totalmente diferente? Não é nada fácil.


Mas, tirando a língua, vamos a outras diferenças básicas. A primeira delas: o ano escolar. Aqui, como no Brasil, as aulas começam depois das férias de verão e terminam antes destas começarem, a diferença básica é que o verão daqui é na época do inverno no Brasil. Então o ano letivo começa em setembro e vai até o final de junho do ano seguinte. Em julho e agosto temos as férias de verão! Oba, estamos quase lá!!!

Por isso todos os amigos da antiga escola do Allan se formaram no final do ano passado e ele se formará no meio deste. Um pequeno ajuste no tempo.

Abaixo temos a grade de ensino do Québec:

Le système scolaire au Québec

Enseignement primaire
Enseignement secondaire 1er cycle
Enseignement secondaire 2e cycle
Parcours de formation générale



Formation professionnelle et technique

Enseignement collégial
Enseignement universitaire
Formation continue

E fazendo uma comparação com o Brasil:


BRASIL







equivale ao

QUÉBEC

1° ano
Ensino fundamental
1° ano
Primaire
2° ano
Ensino fundamental
2° ano
Primaire
3° ano
Ensino fundamental
3° ano
Primaire
4° ano
Ensino fundamental
4° ano
Primaire
5° ano
Ensino fundamental
5° ano
Primaire
6° ano
Ensino fundamental
6° ano
Primaire
7° ano
Ensino fundamental
1° ano
Secondaire
8° ano
Ensino fundamental
2° ano
Secondaire
9° ano
Ensino fundamental
3° ano
Secondaire
1° ano
Ensino médio
4° ano
Secondaire
2° ano
Ensino médio
5° ano
Secondaire
3° ano
Ensino médio




No Québec o ensino obrigatório vai dos 6 aos 16 anos e a criança que vem de outro país entra na turma de acordo com sua faixa etária, não é pedida nenhuma documentação escolar do país de origem. No entanto é preciso ter atenção especial com os últimos anos: as escolas recusam colocar os alunos estrangeiros (que estão começando a estudar aqui) diretamente nos últimos anos do primaire e do secondaire. Ou seja, mesmo que a criança comece a estudar com 11 anos eles insistirão em coloca-las no 5° ano primaire e não no 6°. A mesma coisa para quem chega aqui com 15/16 anos: entrará no 4° secondaire e não no 5°.

Como o ensino no Brasil começou a ser obrigatório a partir dos 6 anos somente há 3 anos atrás, o fim do ensino médio do meu filho (se estivesse no Brasil)  ainda corresponde ao fim do secondaire aqui. Mas na tabela que coloquei já atualizei com o primeiro ano começando aos 6 anos.

Após o "secundário" temos o "ensino colegial", que pode durar: 

1 ano - vai diretamente para o mercado de trabalho com uma atestação de estudos colegiais.
2 anos - adquire um diploma de estudos colegiais e vai diretamente para o primeiro ciclo da faculdade
3 anos - adquire um diploma de estudos colegiais e, dependendo do curso, pode ir direto para o mercado de trabalho ou para a faculdade.

faculdade é dividida em 3 ciclos:

1° ciclo = bacharelado - pode durar até 4 anos
2° ciclo = mestrado - pode durar 2 anos ou mais
3° ciclo = doutorado - pode durar 3 anos ou mais