Chegada em Montréal

sábado, 16 de abril de 2011

Imposto de Renda 2010

Quem mora no Québec deve fazer duas declarações de imposto: uma para o governo federal e outra para o governo de Québec e ambas devem ser entregues até o dia 30 de abril. O primeiro imposto de todo imigrante deve ser feito por escrito, ou seja, nao pode ser transmitido via internet. Com este primeiro imposto declarado, tanto o governo federal, quanto o provincial, vão abrir o dossiê.


Esse ano eu decidi que iria tentar fazer meu imposto (e do Grey) sozinha. Pode até parecer um bicho de sete cabeças, mas não é. No ano passado, quando peguei o guia e os formulários, me deu até tristeza: sem chance de conseguir ler e compreender tudo aquilo. Mas esse ano?! Ah, não, definitivamente eu tinha que tentar.

Primeiro peguei guia e formulário no banco Desjardins e no correio, para os processos federal e de Québec. Sei que a partir do segundo imposto podemos fazer tudo pela net, mas queria primeiro entender como é o processo. Prenchi o formulário de Grey à mão, lendo o guia todo o tempo e assim comecei a compreender um pouco.

Depois procurei na internet um programa para preencher o imposto e encontrei um que gostei muito: o ImpôtExpert. Com ele já preenchemos os formulários federal e de Québec juntos, sem precisar ficar repetindo as informações. No final ele separa automaticamente os formulários e calcula o valor que receberemos de reembolso (se for o caso) ou o valor que deveremos pagar. No final podemos enviar tudo pela net mesmo e pronto.

Detalhe: para quem teve a renda familiar abaixo de 20.000,00 não precisa pagar pelo programa. Nós podemos preencher tudo e no final ele avisa (baseado na linha 199 do imposto) se devemos pagar ou não pelo uso, mas o valor não é alto, saiu por 28,00 já com taxas.

Alguns detalhes do imposto:

- para preencher o imposto é só seguir as informações das folhas T4 que recebemos do trabalho, bem como todas as outras que tivermos recebido relacionadas a imposto. É só ter atenção. Para trabalho que foi feito sem vínculo empregatício é só declarar na seção específica o valor recebido (eu, por exemplo, dei aulas em um projeto de uma academia, então enviei um recibo para eles e eles me pagaram, então esse valor deveria ser declarado).
- o pagamento da utilização dos meios de transporte comum também podem ser deduzidos do imposto. Para quem faz recarga pelo cartão de crédito a própria STM envia uma folha com o valor dos gastos anuais.
- o imposto pago pelo aluguel também pode ser declarado. Para isso o proprietário envia-nos uma folha onde ele especifica o valor que pagamos referente a imposto.
- taxas relativas a estudo também podem ser declaradas para serem deduzidas do imposto. Mas elas podem ser declaradas até 5 anos depois,ou podem ser transferidas para o imposto dos pais ou do(a) companheiro(a). Essa informação para nós foi uma boa vantagem esse ano porque se declarássemos as taxas de escolaridade de Grey não faria diferença alguma no valor que receberemos de reembolso esse ano (fiz as simulações no ImpôtExpert antes de finalizar), então deixamos para declarar no próximo ano. Mas atenção: o dinheiro recebido deve ser declarado, o que pode ficar para depois é o valor que pagamos de taxas de escolaridade.
- quem ganhou menos de 25.000,00 no exercício anterior também pode requisitar a restituição da TVQ. Se for casal, só um pode solicitar a restituição.
Tudo sobre imposto federal
Tudo sobre imposto do Québec

quarta-feira, 16 de março de 2011

Avaliação comparativa dos estudos

Pois é, nada fácil essa fase de avaliação comparativa dos estudos.

Como no Brasil o sistema de estudos é diferente do Québec, nós fazemos uma avaliação de equivalência. Ou seja: a qual grau de escolaridade e a qual diploma do Québec equivale nosso diploma brasileiro? Não são todas as pessoas que precisam de uma equivalência de diplomas, cada um deve avaliar em que isso irá lhe beneficiar enquanto trabalhador. No nosso caso, eu e Grey optamos por fazer nossa equivalência. Eu sou professora e ele trabalha com informática.

No site do MICC podemos ter uma idéia da equivalência dos nossos diplomas.

Para fazer é super simples: juntamos toda nossa documentação (devidamente traduzida para inglês ou francês por um tradutor membre da OTTIAQ) e levamos ao MICC. Pagamos uma taxa de 105,00 e deixamos nossa documentação lá para ser avaliada. O prazo de avaliação gira em torno de 6 meses e podemos ter uma previsão de quando nossa equivalência ficará pronta através do site do MICC.

Grey deu entrada em seu diploma (tecnólogo em processamento de dados - 3 anos) no dia 06/07/2010 e recebeu a resposta em dezembro/2010 (5 meses depois). Seu diploma foi reconhecido como equivalente a um DEC (Diplôme d'études collégiales) em formação técnica no domínio da informática.

Eu dei entrada no dia 06/09/2010, mas tive um problema com meu diploma da faculdade porque como fui transferida de uma faculdade para outra, a faculdade que forneceu meu diploma colocou anexo uma cópia do histórico da primeira e aqui eles não aceitam a cópia para fazer a equivalência. Sendo assim só pude dar entrada na equivalência do ensino médio. A taxa que pagamos no MICC é para a abertura do dossiê (mesmo que acrescentemos documentos após não iremos pagar novamente), então eu poderia dar entrada na documentação do ensino médio e depois no da faculdade sem pagar nada a mais.

Meu diploma do ensino médio é um diploma de formação de professores (3 anos de estudos) e foi reconhecido como equivalente a um DES (diplôme d'études secondaires), formação geral. Chegou no dia 14 de março de 2011, seis meses depois de dar entrada.

Finalmente minha documentação original da faculdade chegou e dei entrada hoje para fazer a equivalência. A previsão de resposta é para dia 8 de julho desse ano, daqui a 4 meses.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Communauto

Demorou, mas chegou. Um post todinho dedicado à Communauto para explicar como funciona e como tem sido nosso uso.

Como podem ver, fomos aprovados. Em uma semana recebemos a resposta: um envelope contendo as chaves do cofre onde ficam as chaves do carro que vamos utilisar. Mas, em primeiro lugar "o que é Communauto"?

É uma empresa que fornece aluguel de carros apenas para as pessoas cadastradas. Para usufruir, é preciso se inscrever e esperar a aprovação (detalhe: só pode se inscrever quem tem a carteira de motorista canadesnse). A idéia é utilisar o transporte público e contribuir com o uso racional de um carro (fazer compras, sair a noite, ir a lugares onde a stm não atende, etc) e assim evitarmos contribuir exageradamente com o aumento da poluição, além de economizar com os gastos de um carro particular. Eu considero o serviço muito prático e eficiente, mas é preciso saber se controlar, pois com o acesso fácil ao veículo podemos acabar gastando muito.

Agora vamos a parte prática: "como funciona"?

Desde o momento em que recebemos nossas chaves e nosso número de associado, basta fazermos o cadastro no site. A partir daí, com nosso número de associado e nossa senha, temos acesso ao site onde podemos fazer nossas reservas diretamente pela net.


A Communauto tem mais de 700 carros em quatro cidades do Québec: Montréal, Québec, Laval e Gatineau. Em cada uma há vários estacionamentos, é só escolher o carro e o estacionamento conforme a disponibilidade, fazer a reserva e pegar o carro. Todos os carros são da marca Toyota: Yaris, Echo e Matrix. Mas, quando pegamos o carro em um estacionamento devemos devolve-lo no mesmo estacionamento. Nada de pegar em um e devolver em outro (que pena!). Segue abaixo a interface do site para os associados: escolhemos o dia, a hora e o estacionamento onde queremos pegar o carro. Podemos também já calcular o valor colocando a quilometragem e o número de horas que precisamos. Depois basta verificarmos se tem o carro desejado no estacionamento escolhido, caso contrário, recebemos a sugestão de outros estacionamentos.

Ok. Fizemos a reserva e agora é só ir até lá e pegar o carro. Para isso usamos a chave que recebemos (e que serve para abrir o cofre) para retirar as chaves do veículo de dentro do cofre, que geralmente fica em uma parede perto dos carros. Quando reservamos o veículo, podemos olhar a foto do estacionamento escolhido para saber onde fica localizado o cofre.

foto do estacionamento no metrô "Iberville"

destaque do cofre das chaves dos veículos do estacionamento

Então é isso: reservar o veículo, ir até o estacionamento, pegar as chaves do veículo dentro do cofre e sair. Dentro do carro tem um "diário de bordo" onde anotamos o dia da utilização, o número do veículo, o número do associado, a quilometragem inicial e a final e algum gasto que tivermos (por exemplo: o carro deve estar com mais de 3/4 de gasolina, se consumirmos mais que isso devemos abastecer e anotar isso no diário de bordo, colocando junto a nota fiscal, dessa forma receberemos de volta esse valor gasto, pois a gasolina já está incluída no valor do aluguel). Por educação, todos costumam deixar anotados a quilometragem inicial e o número do veículo na folha do diário de bordo do próximo utilisador, para facilitar o trabalho caso ele tenha esquecido de anotar assim que entrou no veículo. A folha original fica dentro do porta-luvas do carro e ficamos com uma cópia para nosso controle. No retorno do veículo é só fecha-lo e colocar a chave de volta no lugar. Tudo isso fazemos sozinhos, sem interferência de nenhum atendente.

Valor e pagamento

O pagamento é feito através de boleto bancário. No final do mês o associado recebe uma fatura com o total do gasto mensal, como qualquer outra conta. Simples assim.

Quanto aos valores:

Pagamos um depósito de segurança no valor de $500 (que serão devolvidos ao final), uma anuidade e o valor de redução de franquia, caso deseje - nós temos o seguro incluso, mas a franquia é de 500,00, para reduzir isso podemos pagar um valor que varia de acordo com a franquia que o associado deseja utilisar, mas o valor é realmente baixo (para 0,00 de franquia o valor é de 41,00 por mês). Esses valores são pagos de uma só vez, e mensalmente há o aluguel. O aluguel é calculado por hora e por quilômetro rodado. 

Para começar, é preciso escolher um plano no qual se inscrever. Existem três tipos de plano: A, B, C. Cada plano é específico para um perfil de usuário, mas em resumo, quanto mais baixa for a tarifa de utilização por quilometragem, mas caro será o valor da anuidade.

A = 360,00 por ano + 0,21 por quilômetro e 1,66 por hora (de segunda a quarta) ou 2,20 por hora (quinta a domingo)
B = 145,00 por ano + 0,28 por quilômetro e 1,66 por hora (de segunda a quarta) ou 2,20 por hora (quinta a domingo)
C =  37,00 por ano + 0,35 por quilômetro e 1,66 por hora (de segunda a quarta) ou 2,20 por hora (quinta a domingo) (esse é meu plano)

Exemplo de gasto para o plano C: você pega o carro numa segunda às 8:00, anda 10Km e devolve às 10:00. Vai então pagar 2 x $2,20 + 10 x $0,35 por essa utilização = $ 6,82. A mesma utilização na quinta, por exemplo, sairia a $ 7,90.

Esse é um resumo "grosso modo" do plano, pois há diferentes tarifas, que dependem da hora e da distância (longa distância, por exemplo, tem valor diferenciado, sendo um pouco mais baixo, e nos planos B e C a partir de 101 quilômetros a tarifa por quilômetro é mais baixa também).


Enfim, a Communauto é ideal para quem passa o dia trabalhando ou estudando, para quem precisa de carro esporadicamente e não quer se preocupar com a manutenção e gastos de um carro particular.