Chegada em Montréal

terça-feira, 31 de maio de 2011

Início do trabalho na garderie




Quando estava no último período da francisação comecei a procurar emprego. Meu primeiro passo foi entrar em contato com uma conselheira de emprego do Carrefour Jeunesse chamada Nathália, que na verdade é uma brasileira que eu já tinha conhecido através de uma amiga chamada Luciene. Nathália trabalha muito bem e também é a conselheira de emprego do meu marido, Grey. Ela me ajudou a preparar meu CV, minha carta de apresentação, explicou sobre o mercado de trabalho, treinou a entrevista comigo (até a maneira que devia me vestir para a entrevista), me orientou como validar meu diploma. Além disso, ela reuniu 4 pessoas que estavam interessadas em trabalhar em garderie e fez uma reunião para explicar todo o funcionamento e dar dicas de como trabalhar, quais são os procedimentos adotados aqui, etc. Eu estava procurando como educadora em garderie (creche), pois ainda não havia validado meu diploma. Ela me indicou uma empresa chamada SREPE, que fornece educadoras substitutas para as garderies, onde ela mesma já tinha trabalhado. Eu amei a idéia porque era justamente o que estava procurando, visto que posso deixar 2 dias livres por semana para estudar, ou trabalhar a semana completa, de acordo com minha necessidade.

Para trabalhar em garderie é preciso ter um curso de primeiros socorros e reanimação cardio-vascular feito aqui no Québec. Fiz o curso antes de mandar meu CV (dia 06 de junho), no próprio SREPE. Outra exigência é o atestado de impedimento judicial (l'enquête d'empêchement judiciaire), o "nada-consta" específico para garderie. Eu já tinha um atestado anterior, que tirei para poder treinar as meninas no futebol, mas esse era um atestado geral, não específico de garderie.

Decidi que era esse o emprego que queria, caprichei no CV e na carta de apresentação, pedi para meu professor da francisação fazer a revisão, enviei tudo e depois telefonei para lá, conforme Nathália tinha me orientado, mas nem uma vez consegui entrar em contato com eles. Como eu queria realmente esse emprego fui lá pessoalmente três dias depois com a intenção de mostrar que estava interessada de verdade. Na hora falei com a responsável pela orientação, ela pegou meu CV e minha carta, foi lendo e me fazendo várias perguntas relacionadas a sala de aula, depois falou que iria marcar uma entrevista para mim no dia 15/junho/2010, às 15:30h. 

Treinei a entrevista com minha agente e fiz tudo de acordo com o que ela orientou, inclusive me vesti conforme suas orientações. Cheguei lá toda feliz (e nervosa) no dia da entrevista, 10 minutos antes do horário marcado (ou do horário que eu achava que estava marcado). Na verdade a entrevista estava marcada para as 13:30, mas em francês a pronúncia de treze e três é muita parecida, assim como em português. Para mim, que estava nervosa e ainda um pouco crua no francês, entendi o horário errado. Na hora me deu um desespero enorme, pensei: "já era, perdi o emprego por uma bobagem". Mas a responsável era a mesma que tinha falado comigo antes e remarcou minha entrevista para dois dias depois, no dia 17/06/2010 às 13:30. Dessa vez confirmei direitinho o horário e até hoje confirmo, melhor do que perder a hora.

A entrevista foi coletiva, eu e mais 9 pessoas. Eu era a única que não tinha francês como língua materna, que não tinha me formado aqui e que nunca tinha trabalhado em uma escola daqui. Mas não dei o braço a torcer, respondi todas as questões (todas voltadas para experiência com ensino, cada uma mais "pegadinha" que a outra) sabendo do que estava falando, devido aos meus anos de experiência na profissão, pois a entrevista que treinei com Nathália não teve nada a ver com essa entrevista, mas o mini-curso que ela deu ajudou bastante, pois pude adaptar minha experiência com as informações que ela forneceu e correu tudo bem. Como eu nã tinha um vocabulário muito vasto, procurei ser sempre a primeira a responder, assim não ficaria literalmente "sem palavras" no momento de dar minha resposta, afinal se alguém falasse o que eu iria falar seria muito complicado encontrar palavras para dizer a mesma coisa, mas sem repetir o que a outra já tinha falado. Ao final da entrevista eles pediram que todos fornecessem referências e como eu não tinha os telefones no momento, falei que enviaria no dia seguinte.

No dia seguinte a entrevista enviei uma carta de agradecimento para a entrevistadora e forneci duas referências (da responsável pelo clube onde eu treinava as meninas do futebol e da mãe do Tiago, o menino que tomo conta). Eles ligaram para os dois e pediram informções sobre minha conduta no trabalho e minha pontualidade. Três dias depois estava recebendo minha resposta positiva. Eles marcaram uma reunião onde eu entreguei meus documentos pessoais e diplomas (ainda sem tradução) e a própria empresa se encarregou de dar entrada no meu atestado de impedimento judicial. Eu só poderia começar a trabalhar depois que tivesse esse atestado em mãos, então tive ainda que esperar quase um mês para começar. Este foi o único CV que enviei. 


Enfim, meu atestado ficou pronto no dia 07 de julho e eu comecei a trabalhar nas garderies no dia 19/julho/2010, mas no início não tinha trabalho todo dia. Depois do primeiro mês comecei a trabalhar a semana inteira porque várias diretoras já conheciam meu trabalho e quando ligavam para a empresa pediam que eu fosse a substituta. Algumas queriam apenas para um dia, mas outras pediam para cobrir uma licença médica de uma semana, um mês. Depois disso só ficava sem trabalhar nos dias que queria, que eu tirava como "congé" (folga). 

6 comentários:

  1. Interessante porque aqui quem faz o blog é a mulher ; no nosso caso, eu e quem tenho essa missão. Minha esposa nem quer saber. Eu adoro isso tudo. Fico por dentro de tudo.Importa-se se eu colocá-las em contado. Sylwia é polonesa, pedagoga também e tem fluência em cinco linguas entre as quais é professora de inglês , francês e coordenadora de uma escola bilingue. Penso que vocês se darão muito bem, pois acreditam e partilham dos mesmos valores!Ela quer muito trabalhar como professora ai.

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  2. Olá!

    Esteja a vontade, pode nos colocar em contato sim.

    Abraços

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  3. Olá,se possível gostaria seu contato para algumas pergunta sobre garderie.Estou para ser chamado para entrevista e está difícil achar vagas nessa área para minha esposa.Fico muito grato se você puder me ajudar.

    Danilo

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    1. Oi, Danilo. Mande um e-mail para mim: jucileidesm@gmail.com e conversamos melhor.

      Abraços

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  4. Olá, preciso colocar minha pequena numa garderie e ficaria mais tranquila se alguém falasse a lingua dela na garderie. Poderia dizer qual a garderie que trabalha? Ou indicar alguma por Lasalle? Obrigada.

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  5. Olá!

    Desculpe-me, passei um tempo sem acessar o blog e só agora vi sua mensagem. Eu não trabalho mais em garderie, mas de qualquer forma eu era substituta, então trabalhava em várias e em nenhuma em especial.

    Não conheço as garderies em Lasalle, mas creio que por essa altua você já deve ter encontrado alguma. Não se preocupe quanto a língua, eles aprendem bem rápido mesmo, depois de um primeiro momento de timidez. Geralmente as éducatrices são bem gentis e dão muita atenção para as criancas que chegam sem falar a língua, não se preocupe, a linguagem corporal é uma grande aliada nessas horas e vai ajudar na comunicação.

    Abraços

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